Nas arquibancadas, nem a proximidade do São João ou a chuva foi capaz de afastar a torcida. O cenário estava pronto para a reabilitação na Série B, porém o velho problema de má pontaria, aliada a uma boa exibição de Júlio César, goleiro do Santo André, impediram que o placar inicial de 0 a 0 fosse modificado.
No final, com um homem a mais em campo, fruto da expulsão de Almir, o Tricolor tentou a todo o custo fazer a lição de casa, porém não sendo competente.
O confronto começou em ritmo lento, com ambos os times limitando-se às analises. O Bahia tinha um maior volume de posse de bola, mas não conseguia traduzir a vantagem em lances de perigo. O Santo André, por sua vez, gastava o tempo fazendo constantes inversões de jogo, com o objetivo de abrir a bem posicionada defesa tricolor.
Devido à pouca ousadia de ambos os lados, a primeira chance de gol surgiu somente aos 16 minutos, em fraco chute de Sandro Gaúcho, mas foi o suficiente para acordar a todos. Após dois minutos, em escanteio cobrado por Robert, Neto desviou de cabeça e tanto Selmir como Leonardo não conseguiram empurrar a bola para as redes.
O troco veio aos 21 minutos e silenciou, momentaneamente, a torcida. Élvis fez belo passe por cima da defesa baiana e encontrou Osmar livre dentro da grande área. O atacante bateu firme, cruzado, e a bola desviou na trave direita de Márcio. No lá e cá, a resposta foi à altura.
Aos 29 minutos, Renna incendiou a torcida, após quase marcar um golaço. No lance, Neto lançou Selmir, que desviou no meio-de-campo a bola para Robert. O meia percebeu que Renna entrava em velocidade e tocou para o veloz atacante. Ele dominou com categoria, driblando um defensor, deixou outros dois para trás na corrida e, cara a cara com Júlio César, chutou à direita do gol.
A jogada fez o Bahia crescer e dominar os quinze minutos da etapa inicial. Robert, duas vezes, Henrique e Selmir tentaram em chutes da entrada da área, sem sucesso. O Santo André permaneceu acuado.
No segundo tempo, os times voltaram com as mesmas formações, a exemplo do futebol. O lateral-esquerdo Bruno, em dois lances seguidos, poderia abrir o marcador. Aos seis, Robert o encontrou livre na grande área e passou a bola. Ele se embolou com o objeto de trabalho e falhou. Na seqüência, o esperto Renna saiu em velocidade e tocou para o ala, novamente livre na área, que não alcançou a bola.
Aos 17 minutos, em escanteio cobrado por Robert, o zagueiro Leonardo escorou de cabeça e quase encobre Júlio César. Se por um lado a chuva começou a cair forte, por outro a torcida incendiou o jogo, apoiando o Bahia. Robert e Selmir tiveram chances e não foram felizes.
Fazendo a leitura correta da partida, Péricles Chamusca, que suspenso viu o jogo da tribuna de imprensa, tentou trocar Almir por Barbieri. Tentou, porque o lateral-esquerdo fez besteira, tipo as que o volante Ari cometeu contra Ceará e Mogi Mirim.
No momento em que seria substituído, ele foi andando lentamente por todo o campo para retardar o jogo. O árbitro o puniu com o amarelo e, depois, levantou o vermelho. Confusão armada. Todo o time paulista partiu para reclamar e o policiamento entrou em campo, paralisando o jogo por três minutos.
Vadão aproveitou a vantagem numérica e colocou William no lugar de Cícero, enquanto o treinador adversário recompôs o esquema tático, sacando Élvis para a entrada do mesmo Barbieri. A pressão tricolor aumentou, assim como a chuva.
O estreante Selmir, em dois lances seguidos, tentou mostrar que tem faro de gol. O primeiro aos 31 minutos, quando Paulinho cruzou e ele cabeceou com estilo, para baixo, com Júlio César, bem colocado, fazendo a defesa. Quatro minutos depois, ele, em chute à queima-roupa, carimbou o peito do goleiro. Nos últimos dez minutos, Neto, em cabeçada, e Robert, em chute de fora da área, ainda tentaram garantir o triunfo, mas era dia do goleiro Júlio César.
Correio da Bahia (Adaptado)
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