Matéria publicada na edição desta segunda-feira do jornal Folha de S. Paulo destaca o Bahia como quem revelou mais titulares entre os finalistas da Taça Libertadores deste ano. Confira, abaixo, a íntegra do texto:
É um novo tira-teima entre um time do Sudeste e outro do Sul. Mas é o sotaque nordestino que dá o tom na final da Libertadores entre os gaúchos do Inter e os paulistas do São Paulo, que começa nesta quarta-feira.
Nenhuma região do país forneceu tantos jogadores nas campanhas dos finalistas. Juntos, os dois times usaram 45 jogadores na competição continental. O Nordeste responde por 17 deles, mais de um terço. O Sudeste, 15, e o Sul, 9. Pelo Brasileiro, ontem, os dois clubes usaram times reservas e pagaram o preço de estar na Libertadores: o São Paulo empatou com o Botafogo, e o Inter perdeu para o Santos.
Nas últimas rodadas, sem os titulares, o São Paulo fez 4 de 9 pontos disputados, mas segue líder. O Inter obteve só dois e caiu de segundo para quinto. Longe do Nacional, os times principais treinaram. E o do São Paulo conta com nada menos que dez jogadores do Nordeste, quatro deles titulares, como o alagoano Souza. “Temos a alegria e a garra de jogar dentro de campo”, afirma.
No Inter, sete são da região. “É comum ver gente do Nordeste se destacar. Aqui no São Paulo temos uma turma boa”, diz o baiano Júnior, para quem só o frio atrapalha. No Morumbi, nesta quarta, e principalmente no Beira-Rio, em Porto Alegre, na próxima, o termômetro não deve ajudar. “Você pode sentir um pouco a adaptação no início, mas em campo o que manda é a linguagem da bola”, ressalva Josué.
Hoje em clubes de ponta, os nordestinos dos finalistas começaram em sua região. O Ferroviário (CE) já teve o maranhense Clemer, o cearense Iarley e o potiguar Mossoró, do Inter. “Com a situação do país, quando chega a um time grande, ele [nordestino] sabe que pode ser a única chance da vida”, explica Mossoró. A dupla Ba-Vi, por exemplo, hoje na Série C, revelou mais titulares dos finalistas do que os clubes que decidirão a Libertadores. Jorge Wagner e Fabão saíram do Bahia. Já o Vitória foi a primeira casa de Júnior.
Clubes de cidades menores também têm vez nos melhores times do Brasil neste momento. Josué começou no modesto Porto de Caruaru, de Pernambuco. Iarley, no Quixadá. “Fico muito feliz por temos mais oportunidades. Sempre fomos discriminados”, conta Iarley, que ontem fez o gol do Inter na derrota para o Santos.
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