De Daniel Dórea, no jornal A Tarde desta quarta-feira:
“De 2007 a 2009, o Bahia atingiu apenas um dos objetivos que traçou. Foi vice do Estadual três vezes, não consegui passar das oitavas da Copa do Brasil e só comemorou o acesso à Série B, competição em que sofreu perigo de rebaixamento nas duas últimas edições.
Apesar do período de vacas magras, o Esquadrão pode tirar onda com os rivais goianos. As visitas mais recentes quase sempre frustraram os torcedores locais. Porém, o palco do jogo desta quarta-feira, às 21h50, pela segunda fase da Copa do Brasil, contra o Atlético/GO, não será o receptivo estádio Serra Dourada.
O Dragão vai mandar a partida no Antônio Accioly, de sua propriedade, com apenas 8 mil lugares. Promessa de casa cheia e muita pressão por parte da torcida rubro-negra, ao contrário do que acontece no Serra, praça que abriga 50 mil pessoas. Além de ter a arquibancada longe do campo, o estádio, nas últimas seis partidas que o Bahia fez lá, recebeu média de apenas 10 mil pagantes.
E, também por isso, o tricolor sentiu-se à vontade para vencer três desses duelos: contra Vila Nova e Atlético, na Série C de 2007, e novamente diante do adversário desta quarta, na despedida da Segundona do ano passado. A única derrota foi para o Vila, na mesma competição.
Mas tudo começou mesmo na classificação heroica que o Bahia buscou na Copa do Brasil de 2007, frente ao Goiás. O alviverde vinha de ótimas temporadas inclusive classificou-se para a Libertadores de 2006 e era favorito, ainda mais depois de ter empatado na Fonte Nova, por 1 a 1.
Só que o time treinado por Arturzinho foi superior no jogo de volta. Abriu 3 a 1 e, mesmo relaxando nos últimos minutos, segurou o 3 a 3 que lhe deu a vaga para enfrentar o Fluminense nas oitavas de final.
O meia Ananias tenta entender o motivo para o Bahia gostar tanto de jogar no Serra. As dimensões são grandes e, para um time rápido como o nosso, é melhor. Mas eu acho que é coincidência, opinou.
Ele lamenta que a partida esteja marcada para o caldeirão do Atlético: No Serra Dourada, a torcida não causaria tanto impacto como nesse campo.
O técnico Renato Gaúcho também preferia o jogo no maior estádio da região Centro-Oeste, mas se conforma com a escolha do oponente. Seria melhor, é mais neutro. Mas fazer o quê? É um direito que eles têm, concluiu.
Apesar de saber do histórico recente de triunfos do Bahia em Goiânia inclusive, o último resultado contra o Atlético (3×0) faria o tricolor antecipar sua classificação , o treinador não tem ambições muito ousadas para esta quarta. O Bahia sempre joga para vencer, mas o empate não deixa de ser um bom resultado. Quanto a conseguir a vaga no jogo de ida, não estamos pensando nisso. É muito difícil.
A costumeira ousadia de Renato também deverá ser deixada de lado. Ele não definiu a equipe, mas testou formação com três volantes (Marcone, Leandro e Bruno Silva) e apenas um atacante (Rodrigo Gral). E ainda deu pistas de que vai optar pelo esquema cauteloso. Convocou o ex-marginalizado frente-de-zaga Thiago Carpini para o banco e indicou: Temos que tomar o máximo de cuidado.
Poupado – Edilson não vai viajar e Renato explica o motivo. Ele já tem uma certa idade e jogar quarta e domingo é complicado pra ele. Além do mais, é Copa do Brasil e os caras dão a vida nesses jogos. No domingo, ele estará de volta, disse o técnico, que também usou exemplo do rival como justificativa: O Ramon, por exemplo, tava na cara que ia estourar, como estourou.
O meia Rogerinho, que voltou a sentir dores no joelho, também foi cortado da relação. O lateral Diego e o volante Mateus são mais desfalques.
Novela – Nesta terça, o goleiro Marcelo conversou rapidamente com os jornalistas e informou que deverá deixar o Bahia na próxima semana, mas negou negócios com times árabes. É time do Brasil, revelou. Ele espera pelos fundos do cheque do salário de dezembro e o pagamento de fevereiro para partir. O de março, garante que não vai cobrar.”
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