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Eterno é o sofrimento…

Notícia
Historico
Publicada em 3 de outubro de 2007 às 20:41 por Da Redação

Desta vez, nem na praia – como já havia virado tradição nos últimos anos – o Bahia vai morrer. Afogado antes mesmo do octogonal decisivo do porão do futebol nacional, afundado na maior humilhação de seus 76 anos, o Tricolor depende de um verdadeiro milagre para se classificar na última rodada, domingo, diante do lanterninha Fast.

Retrato de um clube investigado não apenas pelo Ministério Público do Estado, como pela Polícia Federal. Mas enquanto a apuração da promotora Rita Tourinho vem desde 2005 sem maiores avanços, o trabalho da PF ainda está em fase sigilosa, já começou a ouvir testemunhas e promete estragos.

Depois da devassa na parceria Corinthians/MSI, que culminou com o pedido de renúncia do “eterno” deles, Alberto Dualib, entraria em cena a Bahia/Banco Opportunity. Na abertura do inquérito, no dia 1º de fevereiro, até a venda “a preço de banana” – conforme os próprios espanhóis anunciaram – do lateral-direito Daniel Alves ao Sevilla é acusada de fraudulenta.

Nesta quarta-feita à tarde, com o Frasqueirão entupido num feriado em todo o Rio Grande do Norte, o Ex-quadrão de Aço levou 2 a 1 do ABC e caiu para a terceira posição do Grupo 25. Para surpreender a todos e avançar, o time precisa de uma combinação de resultados.

Se o Rio Branco derrotar o já garantido ABC, em casa, não adiantará sequer repetir os 10 a 0 do Guanambi sobre o Leônico, pela Segundona local, que o Bahia não vai chegar à reta final da Série C. No caso de empate dos acreanos, algo bastante improvável (até porque os potiguares não parecem nem um pouco dispostos a encarar uma equipe de maior tradição no octogonal), os comandandos de Arturzinho teriam de ganhar com diferença de dois do Fast.

DESEMBARQUE – Como não poderia deixar de ser, o retorno da delegação azul, vermelha e branca deve pegar fogo. Pela programação oficial, divulgada antecipadamente pela assessoria de imprensa, jogadores, comissão técnica e dirigentes embarcam às 13h50, em Natal, no vôo Gol 1998/1633. A chegada ao aeroporto de Salvador está prevista para as 17h35.

Logo após a tragédia no estádio alvinegro, o presidente da torcida organizada Bamor, Jorge Santana, já convocava toda a chamada Nação Tricolor para “invadir” o aeroporto e o Fazendão. “Pode usar meu nome”, disse. Também pipocam preperativos de algum tipo de manifestação em comunidades do Bahia no site de relacionamentos Orkut.

A situação se complicou porque não teve mala-preta que desse jeito em Itacoatiara, interior do Amazonas. Lá, simultaneamente, o frágil Fast – mesmo com a ajudinha de custos do Bahia, especulada em 70 mil – tomou 3 a 0 de um embalado Rio Branco. Todos os gols do meia Testinha. O emissário soteropolitano teria o nome de José Bonerges.

Não adiantou também os salários estarem em dia, de acordo com a diretoria. A folha salarial, estimada em R$ 300 mil, é a mais gorda – disparada – da Terceirona inteira. Em vão.

No ano passado, a despeito dos débitos de meses e meses aos atletas, e do time considerado unanimimente como inferior ao atual, o Bahia de Charles Fabian, Newton Mota, Peris, André Pastor & Cia. ao menos alcançou a última etapa. É o processo de ypiranguização tricolor a todo o vapor.

E é bom a Polícia Militar ficar de olhos abertos para o confronto de domingo. Uma reedição da batalha campal que foi Bahia 0x2 Ipatinga, no dia 28 de outubro de 2006, não dá para ser descartada.

Tentemos ver o lado bom da coisa. Se o preço a ser pago pelo vexame for a saída da cartolagem azul, vermelha e branca, a maioria esmagadora da torcida agradecerá. O problema é que não existe nenhuma garantia para tal. Pelo contrário, aliás. Ainda no Frasqueirão, o presidente Petrônio Barradas declarou, irritado: “Fui eleito pela maioria do Conselho e não vou sair, não pretendo sair”.

Ou seja, apenas um pequeno grupo é quem controla o Bahia. Grupo este que há quem jure possuir até parentes e empregados dos mandatários-mor.

A palavra democracia passa ao largo do Alto de Itinga. Promessa de campanha de Barradas em 2005, a reforma do estatuto tricolor, prevendo eleições diretas, continua devidamente engavetada.

Tanto, que semana retrasada o governador Jaques Wagner mudou as regras do programa Sua Nota É Um Show, para só admitir nele associações em que os sócios possam votar, e o Ex-quadrão já anunciou que não vai topar.

Engraçado que em em dezembro último, depois de uma grande passeata tomar as ruas do centro da cidade, em protesto pelo não-acesso, o ex-presidente Paulo Maracajá falou em entrevista a uma emissora local: “Sou a favor de uma reforma urgente e imediata”.

Denominado de “eterno”, por ser até hoje a voz mais influente nos bastidores do Bahia, apesar de desligado oficialmente desde 94, seus inúmeros opositores sempre lembram o artigo 22 da lei orgânica do Tribunal de Contas dos Municípios: “É vedado ao Conselheiro, exercer cargo técnico ou de direção de sociedade civil, associação ou fundação de qualquer natureza ou finalidade, salvo de associação de classe, sem remuneração”.

WALLYSON – Em campo, o ABC abriu o placar logo aos 3 minutos, através do garoto Wallyson. Aos 9, o tricolor Fausto se desentendeu com o potiguar Fábio Silva e o juizão expulsou os dois.

Passado o susto inicial, o Bahia melhorou e empatou aos 35, após cruzamento de Carlos Alberto que Moré anotou de cabeça. Mas não conseguiu segurar a pressão e sofreu o gol aos 32 do segundo tempo, novamente com Wallyson.

Matéria publicada originalmente, por esse mesmo autor, na edição desta quinta-feira 04/10/2007 do suplemento A Tarde Esporte Clube

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