Torcida insatisfeita em relação aos rumos do clube não é exclusividade do Bahia. A 11 meses das eleições presidenciais no Palmeiras, por exemplo, o clima político dentro do clube está cada vez mais acirrado.
Anteontem à noite, o provável candidato pela oposição, Roberto Frizzo, afirmou que quem está no poder tem adotado a lei da mordaça sobre os críticos. Segundo ele, pessoas que contestam a atual gestão na imprensa ou durante as reuniões do Conselho de Orientação e Fiscalização (COF) sofrem severas retaliações, de bastidores, para se calarem.
Ano passado, no Corinthians, conselheiros ligados a grupos independentes conseguiram tirar o até então eterno Alberto Dualib da presidência, depois de 14 anos comandando o alvinegro de Parque São Jorge. Acusado de uma série de crimes, dentre eles lavagem de dinheiro, após exaustiva investigação da Polícia Federal, Dualib terminou renunciando.
Nesta segunda-feira, a 15ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público paulista contra ele e seu vice, Nesi Curi. Serão processados por estelionato e formação de quadrilha e devem ser submetidos a interrogatórios no próximo mês de abril.
DINAMITE Mas nada se compara, atualmente, à efervescência que tomou conta do Vasco da Gama desde o último dia 4, quando o Poder Judiciário fluminense confirmou a anulação da eleição para o Conselho Deliberativo do clube, em pendenga que se arrastava de 2006. A data do novo pleito, porém, ainda não foi marcada.
Isso deve acontecer em até 30 dias. A expectativa da oposição vascaína é de que a tudo seja definido até o final da semana.
Roberto Dinamite, maior ídolo da história do Vasco e candidato à presidência pela chapa anti-Eurico, é favorável à utilização, inclusive, de urnas eletrônicas a partir de agora. Acho que seria interessante para nós, todo mundo e o próprio associado, porque seria muito mais rápido e ficou comprovado que é seguro com relação a tudo. Ficar muito tempo na fila, principalmente as pessoas com uma certa idade, é complicado… Facilita até para que se não tenha nenhum tumulto dentro da própria eleição, disse ao jornalista Wellington Campos, da rádio Bandeirantes.
O pleito havia sido anulado, em março de 2007, com base em denúncia de fraude feita pela oposição. Advogados da diretoria haviam entrado com um mandado de segurança em maio a definição do caso demorou mais de dez meses.
Estranhou-se a diferença entre o número de sócios pagantes relatado no balanço do clube e dos que votaram no dia. Uma empresa de perícia, contratada pelo grupo, também apontou possíveis irregularidades, como 66 possíveis eleitores com mais de 100 anos, quatro falecidos e 225 sem comprovação de aquisição de títulos.
Inspirados, torcedores do Bangu prometem tentar anular recente eleição do vice-campeão do Brasileiro de 1985..
Matéria publicada originalmente, por esse mesmo autor, na edição desta terça-feira 11/03/2008 do suplemento A Tarde Esporte Clube
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