De Dassler Marques, para o Terra, um dos três maiores portais da internet brasileira:
`O Conselho Deliberativo do Bahia se reúne nesta quarta-feira, em Salvador, e o presidente Marcelo Guimarães Filho, mais uma vez, deve ser pressionado por conselheiros e torcedores, tal qual já aconteceu há duas semanas. MGF, como é chamado, precisou acessar a última reunião por uma porta alternativa, já que protestos eram realizados contra ele na entrada principal. Os motivos bastante claros são as prováveis facilidades para empresários na comercialização dos jogadores formados nas categorias de base. Em especial Gabriel, vendido ao Flamengo.
Com a contratação do superintendente de divisões de base, Newton Mota, em 2009, Marcelo Guimarães Filho tratou a formação de jogadores como uma prioridade de sua gestão. Mota, o homem por trás do sucesso do rival Vitória com promessas nos anos 90, imediatamente deu frutos. Nos últimos três anos, as equipes jovens do Bahia voltaram a se tornar referência, fruto da ligação de Mota com enorme gama de observadores e empresários menores. Mas ninguém se deu tão bem quanto os executivos da Calcio.
Nas três principais negociações realizadas com pratas da casa pela gestão de MGF, a empresa teria recebido recursos ela confirma a participação em dois dos negócios. Na venda do meia Maranhão para o Cruz Azul, do México, teve direito a R$ 400 mil, referentes a 20% dos direitos do jogador que haviam sido repassados. O volante Filipe, que servia a Seleção Sub-20, foi negociado com o empresário português Jorge Mendes, que o repassou ao Rio Ave-POR. A quantia cabível à Calcio foi de R$ 1,1 milhão, também referente a 20%. A história recentemente se repetiu com Gabriel.
A Calcio teria direito a 20% dos direitos do meia, ídolo da torcida do Bahia e por quem o Flamengo pagou mais de R$ 5 milhões. Os detalhes da negociação são vedados pela direção do clube, mas a quantia cabível aos empresários chegaria a R$ 2,3 milhões. O Terra tentou entrevista com Marcelo Guimarães Filho para explicar os detalhes da negociação e a relação com a Calcio, mas o pedido não foi atendido pela assessoria de imprensa do clube. Foram enviadas perguntas por e-mail, mas MGF se calou.
No último ano, a negociação de Filipe ao Rio Ave já colocou o presidente do Bahia sob pressão por conta do relacionamento com a Calcio. O grupo é liderado pelo delegado André Silva Garcia e obteve lucro significativo por conta de uma parceria. A Calcio financiou as passagens aéreas do elenco juvenil para a disputa do Torneio Angelo Dossena, na Itália, e em troca recebeu 20% dos direitos de cada jogador. O investimento, segundo reportagem do jornal A Tarde, foi de aproximadamente R$ 125 mil. Apenas com a venda de Filipe, o lucro foi de R$ 1,1 milhão.
Responsável pela Calcio, o delegado André Garcia nega ao Terra qualquer tipo de participação da empresa nos direitos de Gabriel. Irritado, ele diz que o grupo não possui partes dos direitos econômicos de nenhum jogador dos juniores do Bahia neste momento, e afirma ainda processar o Jornal A Tarde por conta do assunto. Por isso não posso falar sobre o tema, alega.
Calcio nega envolvimentos e lucro com Gabriel
André, a exemplo de Marcelo Guimarães Filho, esconde a relação de jogadores cujos direitos econômicos são ligados à Calcio. Entram e saem muitos nomes da lista, não posso precisar um número, disse. Além de delegado, André Garcia é conselheiro do Bahia e já participou de várias viagens, nacionais e internacionais, realizadas pelas divisões de base. Sua versão é diferente à de dois dirigentes importantes do futebol baiano e ligados à dupla Ba-Vi.
Há uma série de jogadores da base do Bahia que têm 20 ou 30% dos direitos presos à Calcio. Quando o jogador chega, (Newton) Mota indica os jogadores para o procurador da empresa, conta um importante dirigente baiano ao Terra em condição de anonimato. Ele recorda ainda que, no rival Vitória, todas as viagens realizadas pelas categorias de base são feitas com recursos do próprio clube.
Depois de negociar Ananias com a Portuguesa, Maranhão com o futebol mexicano, Filipe com o empresário Jorge Mendes e ainda Gabriel com o Flamengo, a atual direção do Bahia já firmou há poucos dias o quinto negócio com prata da casa. O atacante Paulinho, 18 anos e ainda nos juniores, foi negociado com agentes espanhóis de nomes não divulgados. Ele chegou a fazer testes com o Real Madrid, mas atuará na segunda divisão da Espanha. Ao Terra, o presidente Marcelo Guimarães Filho também não se pronunciou´.
O link original da reportagem pode ser conferido
aqui.
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