E o técnico Paulo Roberto Falcão voltou a dar uma entrevista coletiva bem interessante no Fazendão. O reencontro deste domingo com o Inter (onde ajudou a construir o Beira-Rio, foi talvez o maior ídolo dentro de campo do clube e também treinou a equipe em 1993 e 2011), claro, permeou a conversa. Mas outros assuntos, como a estreia do volante Kleberson, a saída do lateral esquerdo Ávine e a contratação do meia Ryder, também tiveram a análise do comandante.
Ouça o áudio completo do bate-papo desta sexta-feira abaixo:
Não bastasse, Falcão ainda precisou rebater um repórter que, nervoso, ao fazer uma segunda pergunta a ele, trocou o nome do Esquadrão pelo do arquirrival. Veja reprodução do momento:
– Há alguma mágoa em relação ao ano passado? (referindo-se a quando o treinador foi demitido após três meses de trabalho no adversário)…
– Já falei tudo o que tinha para falar sobre isso…
– Então você poderia falar para a gente sobre a importância da vitória nesse jogo, já que o Vitória está a dois pontos da zona de rebaixamento?
– O Vitória tá na Série B…
– Ô, perdão, o Bahia… Desculpe.
– Eu noto que tem muita gente, e você também me perguntou no outro jogo, que sempre fala disso. Mas essa palavra não existe para mim. Nós estamos na sexta rodada do campeonato. Eu não sei se tem outro time que pegou times tão complicados como o Bahia até aqui.
EX-COLORADO
Além de relembrar causos e até funcionários do Inter que trabalharam com ele como jogador e treinador lá, Falcão declarou, entre outras coisas, sobre esse assunto:
“Será a primeira vez que enfrento como treinador, mas também teve a primeira vez contra Vitória, Juazeirense, etc… Então, é um jogo muito difícil, evidente, né. Desnecessário falar da condição do Internacional, mas nós queremos ganhar o jogo. Precisamos ganhar o jogo. Estão chegando jogadores que certamente vão qualificar ainda mais o plantel, alguns jogadores estão voltando pelo menos no próximo jogo (Botafogo, no Rio)… Tudo isso nos faz pensar seriamente em fazer bons jogos, subir na tabela e ter uma qualidade de jogo que a gente espera”.
“Os próprios jogadores até hoje mantêm contato, parabenizaram o título baiano, se manifestaram após a demissão… É o que fica do futebol. As relações que você vai construindo”.
“Para mim, o que aconteceu foi inesperado. Essa é a palavra. Já falei demais desse assunto. Mas, por exemplo, as pessoas que lidaram com o fato, com a demissão, com objetividade, e não com passionalidade ou com comprometimento de causa, sabem como aconteceu e por que aconteceu. As pessoas que têm a capacidade de ver com objetividade, sem colocar nada além da objetividade, sem usar passionalidade, interesses políticos, essas pessoas sabem o que aconteceu. E essas pessoas eu acho que têm de ser ouvidas e escutadas. Eu já falei demais”.
“Jornalisticamente, eu entendo a questão da pauta `Falcão contra o Inter`, assim como foi `Falcão contra o Grêmio` na Copa do Brasil… Estive 30 anos no lado de vocês. Mas minha preocupação é o Campeonato Brasileiro, é o Bahia. Ainda não senti nada de diferente. A única coisa é a vontade de ganhar, que é mesma vontade de ganhar de um time qualquer… sabendo que o Internacional é um time muito caro, construído para a Libertadores”.
“Minha relação com o Internacional hoje é muito com o torcedor, que é o que justifica o clube de futebol. O Bahia é o seu torcedor, o Internacional é o seu torcedor”.
OUTROS TEMAS
Kleberson
“Ele jogou em várias posições, né. No Atlético-PR, quando foi campeão brasileiro, em 2001, jogou de segundo volante. Eram ele e Cocito… o Atlético-PR jogava com três zagueiros, e ele era o que mais saía. Depois, na seleção (na Copa-2002), jogava um pouquinho mais solto, também com três zagueiros, ao lado do Gilberto Silva. Já conversei com o Kleberson, eu gosto de conversar, perguntar para o jogador onde ele entende que rende melhor. Se eu concordar, tudo bem. Se eu não concordar, eu tento convencer que ele pode jogar melhor em outra função. Hoje foi o primeiro treino que ele fez com todo o grupo, mas ele certamente estará concentrado, é um jogador que certamente vai agregar qualidade ao nosso time”.
Ávine
“O Ávine, infelizmente, não tá ainda bem. Ele ainda tem dor na perna. Conversei com ele, e disse que eu não iria expor ele. Quando eu cheguei ao Bahia, pessoas do Brasil inteiro perguntavam sobre ele, que já construiu seu nome no país, e eu disse para ele que, com dor, não pode ficar numa posição de expor o prestígio que já tem. Eu quero o Ávine bem, sem problema. Essa é uma diferença brutal. Um jogador recuperado clinicamente e um jogador recuperado para competir. São duas coisas completamente diferentes, e ele não está preparado para competir. Eu quero ele inteiro, e ele vai trabalhar para isso”.
Ryder
“É um jogador que tem uma formação, taticamente falando, de Itália, né… De fechamento de espaços, uma cultura tática. Foi pra lá com 14, 15 anos, e tem contrato com a Fiorentina até 2016. Então, eles acreditam muito nele, e o Bahia pode ajudar muito nisso aí. É um jogador que, em termos de grupo, pode nos ajudar bastante”.
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