é goleada tricolor na internet
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Fênix, mas ainda sem mar de rosas

Notícia
Historico
Publicada em 9 de outubro de 2007 às 10:06 por Da Redação

Destaque de segunda-feira pelos quatro cantos do País, a improvável classificação do Bahia ao octogonal final da Série C fez o clube literalmente ressurgir das cinzas. Também pudera: a alegria de anteontem, numa Fonte Nova em êxtase, foi a maior dos últimos cinco anos tricolores.

Desde 2002, quando a equipe conquistou o seu mais recente título – o Campeonato do Nordeste em pleno Barradão –, a torcida não comemorava tanto. De lá para cá, além dos fiascos que todos estão cansados de ouvir, e a reportagem de relembrar, o máximo que o time fez foi escapar da Série B de 2003 e o empate heróico com o Goiás, no Serra Dourada, que lhe garantiu nas oitavas-de-final da Copa do Brasil desta temporada.

Conforme mostra a reportagem abaixo, o orgulho de ser Esquadrão de Aço inundou a cidade. Para o tricolor Rafael Kafka, por exemplo, cujos fundos da casa dão para a Colina Sagrada, o gol de Charles lhe fez acreditar no sobrenatural.

“Aos 48 minutos do segundo tempo, de joelhos e com o radinho na mão, olhei para lá e implorei: ‘Meu Pai, não me falha nessa hora!’. E ele não falhou! Se eu tinha alguma dúvida de que Deus existia, ela morreu”, espalhou a mensagem por toda a internet, jurando ser a mais pura verdade.

ÓPIO – Há quem diga, porém, estar enfrentando um sentimento dúplice, bem complicado de se explicar: alívio de um lado, já que o clube do coração segue vivo no certame; e preocupação do outro, pois a diretoria ganhou força para se manter no poder.

“Tome-lhe mais uma dose cavalar de ópio para cima da torcida! Salvador hoje cheira a naftalina. Muitos torcedores estão felizes, só não sei de quê. Tô confuso. Não sei se não seria melhor a eliminação. Domingo terá novo recorde de público, os críticos se abrandam e as coisas voltam ao seu (in) devido lugar”, acredita o estudante de administração Vladimir Costa, também no meio virtual azul, vermelho e branco. O medo é de que o triunfo sobre o amazonense Fast varra as tão comentadas mazelas do Bahia para debaixo do tapete.

Hipótese bastante crível, diga-se. Mas já estaria havendo uma mudança de mentalidade da galera, imaginam setores da oposição.

Nem na Igreja do Bonfim, onde comemoravam a vaga, os cartolas tiveram sossego. Como já havia acontecido durante os 90 minutos, o hino tricolor oscilava com gritos contra o presidente Petrônio Barradas e os conselheiros Paulo Maracajá e Marcelo Guimarães.

A maior queixa ainda é o sonho de eleições diretas, pleito colocado em stand by pela direção. A série de episódios de indisciplina no elenco também é motivo de discórdia.

RESPOSTA – Barradas rebate: “Durante todo o caminho até a Colina Sagrada fomos parados, pessoas tiraram fotos com a gente, mas continuo com o mesmo pensamento. Cada um tem o direito de se expressar do jeito que quiser, só não concordo quando partem para a agressão, falam mentiras”.

Perguntado sobre o que diria aos que prefeririam ver o Bahia dando adeus prematuramente à Terceirona, com o objetivo de prejudicá-lo, acrescentou: “Eu não digo nada. Para mim, não importa quem está à frente do clube, eu torço sempre para o clube, e sempre tive essa visão, mesmo do lado de fora. De 2003 a 2005, por exemplo, também torci fervorosamente”.

O presidente garante que os que não estiverem satisfeitos com a sua gestão podem “fazer campanha, mostrar os motivos, promover o bom combate e se candidatar quando ocorrer eleições. Mas não se torce para Beltrano, Fulano ou Cicrano”, conclui, assegurando que a diretoria fez tudo e continuará fazendo o possível para o Bahia subir. “Não vamos medir nenhum esforço para isso se concretizar”.

AMIÚDE – Barradas aproveita para explicar o motivo da reunião realizada ontem à tarde, no Fazendão. A manutenção ou não do técnico Arturzinho, assegura, sequer entrou na pauta de discussões.

“A gente sempre conversa depois de um jogo, depois de uma fase, para fazer avaliações. Em um momento decisivo como esse, é preciso ter tranqüilidade”. E continua: “Decidimos que vamos procurar os jogadores mais amiúde, para que eles entendam que o campeonato começa agora, que é a reta final. Precisamos de uma união maior do grupo, que os atletas fiquem mais integrados”.

Matéria publicada originalmente, por esse mesmo autor, na edição desta terça-feira 09/10/2007 do suplemento A Tarde Esporte Clube

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