O técnico Paulo Roberto Falcão comemorou a atuação tricolor na goleada de 5 a 1 sobre o Camaçari, na noite desta quarta-feira, em Pituaçu, sobretudo pela etapa final da equipe do Bahia. Confira a entrevista coletiva do comandante ainda nos vestiários do estádio:
DESEMPENHO
“Tem uma frase que gosto de usar muito, que o Di Stéfano (argentino ídolo do Real Madrid) dizia após normalmente ser escolhido o melhor em campo: nenhum jogador é melhor do que todos juntos. Acho que, no primeiro tempo, tivemos algumas dificuldades, o lance do Omar (no gol adversário) pareceu falta de onde eu estava, mas conseguimos virar o jogo. No intervalo, teve algumas coisas que tive que falar com eles, que não gostei. Mas, no segundo tempo, realmente não tenho nada a falar. Foi realmente uma atuação maravilhosa, o time se compactou como eu quero, criou situações, teve altruísmo a todo momento, poderiam ter feito o gol e decidiram dar o passe. Então, estou muito feliz, principalmente pelo segundo tempo”.
ANÁLISE INDIVIDUAL + DESFALQUES
“É difícil manter os jogos com o mesmo nível. Com o resultado, aproveitei para colocar o Filipe (volante joia da base). Acho que de vez em quando, quando você tem condições e o jogo não tenha risco, você pode colocar para dar uma olhada. O Ciro entrou bem, se movimentando bem, brigando. É isso que a gente quer, a gente tem que trabalhar com um grupo. Nosso grupo hoje tem oito, nove jogadores machucados, sem condições de jogar. Mas meu grupo são aqueles que entram em campo, e a eles é que eu tenho que dedicar o esforço”.
DEDICAÇÃO
“Olhando por esse lado, sim (as lesões estão servindo para conhecer melhor o elenco), mas a gente tem que recuperar todos, né. Todos têm que estar em condições, para que a gente possa ter opções, mas aquilo que mais me deixa feliz é o envolvimento deles, é a maneira que estão encarando, a maneira que estão se dedicando nos treinos, saindo completamente exaustos de campo. Eu tive que tirar o Titi porque ele estava muito cansado. O Danny entrou, ele tem uma cultura tática que eu gosto, de tirar o time para pressionar o adversário. O Lenine fez um bom jogo, enfim, eu fiquei muito feliz e acho que o torcedor que veio e vocês também gostaram”.
SOUZA
“O Souza eu inclusive pedi para que ele e o Júnior fechassem mais, para compor, né, para compactar na medida em que o time adversário vinha para cima, e queria que fizessem a composição na frente dos meus dois volantes, um pouquinho mais à frente, para que tirassem o espaço do Camaçari, que estava jogando com muita facilidade, principalmente o Flávio. No segundo tempo, o Souza foi perfeito nisso, o Júnior já estava fazendo, ele fez também, o Ciro também fez. Então, esse entendimento que se tem faz até com que as coisas fiquem fáceis para fazer o gol, porque quando você sai de trás, num espaço maior, você consegue chegar bem”.
GRITOS DA TORCIDA DE “FALCÃO, FALCÃO”
(risos) Quando se ganha, tudo é ótimo, né. Eu acho que o nosso objetivo é o nosso torcedor ficar feliz. Vou repetir algo que já disse várias vezes, que é que não vamos ganhar sempre, nós vamos perder jogos, ter dificuldades. Assim é o futebol. Eu quero que os jogadores tenham o crédito de poderem inclusive perder um jogo. Futebol é assim, tomara que isso não aconteça, evidentemente, mas a gente tem que saber que vai ter momentos que a gente não vai conseguir vencer, e temos de estar preparados para isso. Mas é muito bom, sim, ouvir isso (os gritos)”.
FILIPE, EM ESPECIAL
“O Filipe fez pouquíssimos treinos com a gente, nunca tinha participado junto com o time que normalmente começa jogando, mas eu disse `você vai jogar, porque você tem personalidade`. Eu perguntei se ele estava bem, ele disse que sim. Claro que escolhi o jogo, escolhi o momento que achei que ele podia entrar e jogar um futebol tranquilo. A primeira bola que ele pegou, ele errou, mostrou um certo nervosismo, mas depois foi bem, não errou mais, entrou no ritmo do jogo e conseguiu fazer aquilo que se esperava dele. Eu gosto de dar chance (para os garotos), mas acho que tem que dar chance com cuidado para eles não serem queimados. Usar a base quando for possível. E quando é possível a gente usa”.
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