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Goleiro campeão de 1959 é destaque em jornal

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Historico
Publicada em 29 de março de 2009 às 17:49 por Da Redação

Em sua seção “Memória”, o jornal A Tarde deste domingo trás uma entrevista com Leonardo Cardozo, ou simplesmente Nadinho, campeão brasileiro de 1959 pelo Bahia e que é considerado o maior camisa 1 do clube em todos os tempos. Confira o bate-papo com a repórter Carolina Mendonça.

A TARDE | É verdade que você começou no futebol profissional meio que, por acaso?

NADINHO | É. Eu não me considerava um jogador de futebol. Chegando aqui (de Alagoinhas) treinei no Vitória, onde fui contratado. Lá, eu jogava como queria. Do Vitória saí e fui ao Bangu, do Rio. Joguei lá por dois anos. Houve uma discussão minha com Gentil Cardoso, treinador do Bangu na época, e eu resolvi largar o time. Larguei passe, tudo lá e vim para a Bahia de volta. Jorge Correia, do Vitória, mandou me perguntar se eu estava em forma. Disse que não me interessava mais. Quando cheguei em casa, passaram lá dizendo que Osório Vilas Bôas perguntava se eu queria jogar no Bahia. Eu disse: Pois não! Mas disse a eles que não teriam dinheiro para me comprar, pois poderia até ser preso. Eu teria que ir junto com eles até o Rio para negociar, pois o diretor do Bangu tinha muita consideração por mim. Ele dificultou um pouco as coisas, mas, no fim, conseguimos fechar um acordo. Joguei no Bahia, fui cinco anos campeão direto, fui campeão da Taça Brasil em 1959, vice do Brasil duas vezes, campeão Norte-nordeste quatro anos seguidos…

AT | Pentacampeão baiano…

N | | Isso mesmo. E segui caminho afora. Quando eu ainda estava lá no Bangu, eu fui convidado a jogar na Seleção Brasileira, mas eu achei que não tinha capacidade…

AT | Por que?

N| | Apesar de gostardejogar, eu joguei sem orgulho, sem aquele negócio todo, exatamente porque eu achava que eu estava ofendendo a vontade do meu pai. Ele era maçom, um homem muito correto, com uma moral muito rígida e achava que futebol não era profissão, era coisa de boêmio.

AT | E o senhor jogou pela Seleção?

N | | Não. Quando me convocaram, o Brasil tinha Gilmar, Castilho, Veludo, Pomeia, Aloísio do Ceará, e me perguntei porquê estavam me convocando, se tinha tanta gente de primeira linha? Eu tinha apenas seis meses no Bangu. Falei para o diretor do Clube que não queria ir. Ainda por cima, descobri que o diretor da Seleção era o sujeito que tinha me comprado. Aí, piorou mais a situação, achei que ele tinha me colocado lá porque era do time dele.

AT | O senhor se arrependeu, depois, de não ter ido?

N | | Não, porque foi uma decisão vinda de dentro de mim mesmo. Eu achava que eles eram jogadores do Sul, já acostumados a enfrentar a massa de torcedores e eu era um jogador provinciano, que conhecia somente o Norte e a Fonte Nova, né?

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