A greve dos trabalhadores da construção pesada deve terminar nesta quinta-feira, 10. O fim da paralisação depende agora da aprovação de uma proposta realizada nesta quarta-feira, 09, em reunião no Ministério Público do Trabalho (MPT), no Corredor da Vitória.
Nesta quarta-feira, 09, a construtora responsável pelas obras do Estádio de Pituaçu conseguiu liminar da 20 vara cível da comarca de Salvador, assinada pelo juiz Renato Ribeiro Marques da Costa. “É um interdito proibitório para garantir o direito de ir e vir do cidadão. Nossos operários chegam ao trabalho e são impedidos de entrar. Se a pessoa quer trabalhar, ela não pode ser impedida”, afirma o gerente de contrato da obra, Toufic Karaoglan Khouri, que representa a construtora NM.
Khouri alega que a obra do estádio de Pituaçu é de construção civil. “A obra está cadastrada na Conder (Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia) como construção civil. Temos serviços de pedreiro, carpinteiro, entre outros. Não é uma obra de construção pesada”, disse.
Segundo ele, a construtora firmou contrato com o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira (Sintracom), em março, quando as obras foram paralisadas por 10 dias. “Em março nós negociamos e assinamos um acordo coletivo com o Sintracom. Agora o Sintepav fica na frente do canteiro de obras e ameaça os operários que querem trabalhar. Essa não é a forma correta de agir”, disse.
O presidente do Sintepav, Adalberto Galvão, contesta a atuação da construtora. “Eles deveriam ter ido à justiça do trabalho para discutir a territorialidade de base, para saber qual sindicato é responsável pela obra” disse. Sobre a liminar, o presidente do Sintepav explicou que o sindicato entrou na justiça com ação anulatória.
“Não é atuação da justiça comum julgar ações de trabalho. Entramos com mandato de segurança e agravo de instrumento contra a decisão do juiz. Um juiz não pode decidir algo que não é de sua prorrogativa. Interdito proibitório é uma prática anti-sindical”, disse.
A Polícia Militar foi chamada e duas viaturas estiveram no local nesta manhã. “Chamamos a polícia para manter a integridade física dos operários e do estádio”, afirmou Toufic Khouri. Segundo ele, a greve pode prejudicar o prazo de entrega da obra.
O presidente do Sintepav defende que ao chamar a polícia, a construtora queria intimidar os trabalhadores. “Eles tentaram intimidar os trabalhadores chamando a polícia, mas os políciais foram lá, observaram o que estava acontecendo e não verificaram a confusão alegada pela construtora”, afirma.
A Tarde On Line
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