Time em alta, chegou a hora de reivindicar o que é de direito. Após a goleada sobre o CRB e o retorno à zona de classificação da Série B, os jogadores do Bahia chegaram junto da diretoria para cobrar uma posição do clube sobre os dois meses de salários atrasados, completados no último dia 20. Os atletas receberam a promessa de que os dirigentes irão agilizar os pagamentos, mas ainda não há data e nem recursos para isso.
Ontem à tarde, reunidos no meio do campo de treinamentos, conversaram por mais de 30 minutos com a comissão técnica, e depois por mais 20 com o supervisor Roberto Passos. Queriam dos dirigentes uma satisfação pelo atraso no dinheiro prometido para o dia 20, e também a promessa de uma data para o pagamento de pelo menos um dos dois meses de salário. À distância, percebia-se que Uéslei e Neto eram os que mais dialogavam com os demais.
“Todo trabalhador para estar completamente satisfeito e poder produzir assim o seu melhor, sem outras preocupações, precisa do sucesso na profissão e também do retorno financeiro. Não sei falar da questão dos valores, mas eles querem é uma promessa de que o dinheiro vai sair numa data certa, sem novos atrasos”, disse o técnico Jair Picerni, confirmando o teor da conversa.
O treinador, contudo, refutou a possibilidade de uma queda de rendimento por conta disso. “Estar em bom astral é o ideal, mas há a promessa de que a situação será sanada e a dedicação deles nos treinos e nos jogos tem mostrado que isso ainda não influencia o comportamento do grupo em campo”, comentou Picerni. Pela manhã, o centroavante Viola já havia desabafado sobre os atrasos, mas à tarde, ele também confirmou que isso não afetaria o rendimento do time, dizendo tratar-se de uma questão pessoal dos jogadores.
Ninguém confirmou a especulação, mas ficou evidente que a chegada dos novos contratados e a iminente vinda de mais reforços, a maioria com salários altos, mexeu com os brios de quem está há dois meses sem receber. Os jogadores também sabem que, todo dia 20, o Bahia recebe a cota de televisionamento da Rede Globo (cerca de R$ 380 mil).
Correio da Bahia (Adaptado)
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