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História de lateral, também mascote, sai no Terra

Notícia
Historico
Publicada em 17 de janeiro de 2012 às 11:30 por Da Redação

De Dassler Marques, para o portal Terra, em São Paulo:

Foto: Mauro Horita/Terra

`A roupa e o apelido de Super Homem caem bem em Railan. Quando está de chuteiras, calção e camisa, ele é o lateral direito dos juniores do Bahia, eliminado da Copa São Paulo pelo Fluminense, no domingo. Nos jogos dos profissionais, ele também marca presença. De calça e blusa azuis e capa vermelha às costas. É isso mesmo. Railan é o mascote do Bahia.

Aos 17 anos e dono de dois gols em quatro jogos na Copa SP, o lateral baiano se orgulha mesmo é de outro feito: ter impedido a mãe de suicídio, em 2010. “Eu estava no Atlético-MG, mas ela estava em crise. Ela teve um bebê de 7 kg, que nasceu assim porque passou de 9 meses. Ela não podia andar, não podia fazer nada. Ficou entre a vida e a morte, entrou em depressão e queria se matar. O bebê nasceu morto”, conta Railan, nascido em Araci e cheio de grandes histórias.

O atleta deixou Minas Gerais, voltou à Bahia e decidiu que largaria o futebol para cuidar da mãe. “Eu sou o homem da casa e tenho duas irmãs pequenas. Quando ela fica em crise, ninguém fica em casa. Só eu. Ela é mais chegada comigo. Ela bebia muito, mas agora, graças a Deus, não bebe mais. Está sossegada, está em São Paulo”. No Estádio Nicolau Alayon, onde os baianos jogaram os quatro jogos pela competição, ela foi presença frequente.

A sensação de ser o Super Homem e os tempos de esmola

Os obstáculos da vida devem ter feito Railan aprender a curtir ainda mais os momentos de alegria. Por isso, quando se veste de Super Homem e pisa no gramado do Pituaçu, ele extravasa.

“Ah, eu faço várias coisas. O mascote precisa fazer a alegria do torcedor e é isso que eu faço”, descreve. O lateral, um dos mais promissores nomes dos juniores junto a Paulinho e Filipe, aceitou o pedido espontaneamente.

“Foram até a base em 2010 porque precisavam de um mascote. Antes, era uma roupa de plástico, mas eu estava uma vez na Bamor (torcida organizada) e ela estragou. Agora compraram outra e estou nessa até hoje”, confirma Railan. A função o deixa radiante: “Fazer esse personagem me deixa muito feliz. E ainda jogo no Bahia. Eu sempre fui torcedor do Bahia. E se o Joel Santana precisar também, estou às ordens”.

Chegar até aqui ainda não é tanta coisa assim, mas Railan já pode se dizer um vitorioso. “Se eu contar, você não acredita. Meu pai trabalha na Vale (do Rio Doce), mas não dá um real. Eu já pedi esmola e já peguei latinha”, diz, sorridente, embaixo da chuva, enquanto posa para foto ao Terra no gramado do Nicolau Alayon. O camisa 13 do Bahia é mesmo um Super Homem.´

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