Clubes como Náutico, em Pernambucano, e Coritiba, no Paraná, gabam-se em seus respectivos Estados por já terem conquistado o título local seis vezes consecutivas. “Hexa é luxo”, dizem. Mas o Esquadrão de Aço fez mais: conseguiu a hegemonia na Bahia de 1973 a 79, algo inigualável no Brasil. E a sequencia histórica comemora boda de prata nesta terça-feira, dia 28 de setembro.
Na mesma data, só que há 25 anos, o Tricolor levantava seu sétimo campeonato seguido. Para completar a festa, o troféu veio justamente sobre o arqui-rival Vitória-BA, num lance fortuito, aos 24 minutos do segundo tempo. O atacante Fito recebeu passe de Perez na intermediária e deu um chute despretensioso. A bola era perfeitamente defensável, mas o goleiro rubro-negro aceitou.
O ecbahia.com.br parabeniza a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para o hepta e, nostálgico, espera que épocas gloriosas como aquela voltem a acontecer. Infelizmente lamentamos não apenas a ascensão de nosso adversário de Canabrava, como – e principalmente – a derrocada do Bahia, através de administrações arcaicas e ultrapassadas. Que o futuro azul, vermelho e branco seja menos nebuloso.
Confira o especial realizado pela assessoria de imprensa do clube:
A conquista do Hepta não aconteceu somente pelo fator sorte, também por ela, mas, acima de tudo, pela competência e genialidade de jogadores excepcionais, sob o comando de grandes estrategistas.
Para o Tricolor, o Hepta teve uma importância fundamental. Além de consolidar o clube com a maior potência do futebol da Bahia, fez sua torcida crescer consideravelmente. A hegemonia de quase uma década influenciou a garotada da época e impulsionou o aumento significativo que faz da Nação Tricolor a maior legião do estado e uma das maiores do país, com mais de 5 milhões de componentes espalhados pelo Brasil hoje.
Os craques, comandantes e a massa
O Bahia contou com estrelas de primeira grandeza para ser Heptacampeão. O maior deles, talvez, o maestro Douglas, considerado por alguns o maior jogador da história do clube. Também teve papel crucial o meia Baiaco, marcador implacável e símbolo eterno de raça da camisa azul, vermelho e branca. Além dos dois ícones, o autor do gol do título, Fito, e o viril zagueiro Sapatão participaram dos sete campeonatos. Foram os únicos.
Mas não só eles brilharam. Impossível esquecer de Thyrso Chiquitita, Uri-Jesum (o entortador de zagueiros), Jorge Campos, Piolho, Mikey, Roberto Rebouças, Ronaldo Passos, Gilson Gênio, Zé Augusto e tantos outros.
Do banco de reservas, as feras foram comandadas por cinco exímios estrategistas Evaristo de Macedo (73), Paulo Emílio (74), Orlando Fantoni (76), Carlos Froyner (77) e Zezé Moreyra, que capitaneou três das sete conquistas 75, 78 e 79.
A torcida tricolor também teve papel de destaque. Compareceu em massa, como sempre, aos jogos decisivos e, das arquibancadas, seu estímulo foi o combustível que impulsionou o Esquadrão a literalmente arrasar os adversários.
Os números
O resultado da união de grandes talentos, técnicos competentes e a mais fiel gama de torcedores foi simplesmente espetacular. De 73 a 79, o Bahia disputou 228 jogos pelo Estadual, venceu 142, empatou 75 e perdeu apenas 11. Foram 419 gols marcados e 102 sofridos.
O Bahia era praticamente imbatível. Das raríssimas derrotas, apenas três foram por dois gols de diferença. Nenhuma por mais. Em 1975, o time simplesmente não perdeu, foi tri-campeão invicto. A maior invencibilidade foi de 50 jogos, entre 1974 e 1976.
Até fazer gol no Esquadrão do hepta não era moleza. Em 1977, o clube alcançou a extraordinária seqüência de 12 partidas sem sofrer um único golzinho. Em 1978, o feito quase foi alcançado novamente 11 jogos sem ser vazado.
Mas a especialidade do time era mesmo balançar as redes 419 gols em sete campeonatos. Em 1976, a artilharia pesada do Tricolor foi quase centenária 96 gols em 36 jogos e a maior goleada do hepta 9 a 0 sobre o Leônico.
Rival sofre
Sem dúvida, o Vitória foi o time que mais sofreu com a seqüência histórica do Tricolor. Motivos não faltaram. O Bahia fez o Leão amargar um jejum de sete anos sem título. O rubro-negro foi quem mais jogou e mais perdeu para o Esquadrão do Hepta 12 derrotas.
Das sete decisões, o Vitória foi a vítima em cinco. O histórico rival teve ainda derrotas memoráveis. Além da final que valeu o Hepta, em 79, o rubro-negro perdeu o título de 75 com um gol de Thyrso, nos acréscimos do segundo tempo. Para piorar, em 9 de julho de 78, levou 4 a 0 a maior goleada de um Bavi em 30 anos até então.
O jogo do hepta
BAHIA 1×0 VITÓRIA
28 de setembro de 1979
Local Fonte Nova
Público 42.533 pagantes
Arbitragem Arnaldo Cézar Coelho
Gol Fito Neves, aos 24 do segundo tempo.
BAHIA Luis Antonio, Toninho, Zé Augusto, Sapatão e Romero (Edmilson), Baiaco, Perez, Douglas, Botelho, Gilson Gênio (Fito) e Caio. Técnico Zezé Moreira
Vitória Gelson, Valder, Xaxa, Zé Preto, Eraldo, Otávio Souto, Edson Silva, Sena, Dendê (Carlinhos), Jorge Campos (Zé Júlio) e Monteiro.
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