A primeira quinzena do mês de dezembro vai marcar o período eleitoral no Bahia. A dupla formada pelos atual presidente Petrônio Barradas, e pelo presidente do conselho deliberativo e diretor de futebol, Ruy Acioly, já deu sinais claros de que não pretende se reeleger, embora ambos se recusem a falar com a imprensa sobre o assunto. Mas isso não significa que o poder irá mudar de mãos a partir de 2009.
O conselho deliberativo do clube é quem elege o presidente. Ele é composto por trezentas pessoas e a maioria está ligada ao grupo que administra o time há mais de 30 anos, que tem como líder o ex-presidente Paulo Maracajá. Na última eleição, apenas 56 conselheiros votaram no candidato da oposição, Fernando Jorge. Faltando quase um mês para o pleito, o grupo da situação ainda não tem um nome para suceder Barradas.
“Uma administração que termina o mandato atrasando salário de cozinheira, dificilmente poderá se manter. Indícios de mudanças positivas para 2009 são esperados”. Este é o pensamento de Euclides Cunha, integrante do Grupo Revolução Tricolor, uma união de torcedores independentes que cobram mudanças profundas no Bahia. “Quanto ao novo presidente, temos esperança que apareça um nome de consenso para assumir o Bahia. A credibilidade do atual grupo está muito abalada e é possível que aconteça mudança”, acredita Cunha.
O Grupo Revolução Tricolor se reuniu na última terça-feira com dirigentes do Tricolor para reivindicar algumas promessas. No encontro, Petrônio Barradas garantiu que a Assembléia Geral de Sócios será convocada em novembro, antes das eleições, para aprovar mudanças no estatuto acordadas em junho deste ano com as Torcidas Organizadas Bamor e Povão, que ocuparam o Fazendão reivindicando, entre outras coisas, eleições diretas.
As mudanças mais importantes a serem feitas no estatuto são: eleições diretas em 2011, eleições proporcionais para o Conselho Deliberativo e retirada do pagamento da jóia de R$ 200,00 para que o torcedor possa se tornar sócio-contribuinte do clube. Tão importante quanto as eleições de dezembro será esta reunião de novembro.
Uma promessa que Petrônio havia feito em junho, mas que ele voltou atrás na reunião da última terça-feira foi a divulgação da lista de sócios e conselheiros do Bahia. A justificativa do presidente foi que a divulgação dessa lista no passado gerou muita confusão. O próprio Petrônio Barradas e Rui Aciolly foram alvos de processos por parte de alguns conselheiros.
Barradas prometeu que será divulgado, no site o oficial do clube, a quantidade de sócios e conselheiros em dia, mas seus nomes permanecerão no anonimato.
A torcida e os próprios sócios ainda não sabem quantas e quem são as pessoas aptas a escolherem o novo presidente em dezembro. Assim como a situação, ainda não surgiu nenhum candidato pela oposição. “O grupo não pode se posicionar antes que os candidatos se apresentem. O que podemos antecipar é que estamos querendo mudanças”, resumiu Euclides Cunha, do Grupo Revolução Tricolor.
UOL Esporte (Adaptado)
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