O garoto parrudo, de português enrolado e um andar característico bem familiar é a aposta do técnico Paulo Comelli para a estréia do Bahia no Campeonato Baiano 2008. O pedigree não nega o sangue “pitbull”, mas a escolha surpreende: irmão mais novo de Uéslei, Jorginho forma dupla de ataque com Pantico na partida das 20h30 de hoje, no estádio Armando Olveira, diante do Juzeiro.
As explicações para a escalação inesperada são basicamente três. Jorginho tem se destacado nos trabalhos com bola, agrada pela velocidade e conta com o empréstimo de Neto Potiguar para o goiano Atlético – sacramentado ainda ontem. “É um canhoto, casa melhor com o Pantico, tem explosão, velocidade e a bola parada me impressionou. É acima da média. Eu tive uma conversa com a diretoria sobre o Neto e já que temos Pantico, Jorginho, Charles e estão chegando Reinaldo e Didi, ele terá mais oportunidade de jogar lá em Goiás”, argumentou o treinador.
No discurso, o nome de Anderson Costa já não aparece mais e o próprio Comelli não acredita no retorno ao clube. O atacante viajou para o Rio de Janeiro com o pretexto de resolver problemas particulares e não apareceu mais no Fazendão. Anderson alega que sua mulher não se adaptou ao Brasil e ameaça voltar sozinha à Europa com o filho do casal. Com contrato assinado, o Bahia pretende ao menos ser ressarcido pela desistência.
Dois concorrentes a menos para Jorginho, encantado com a possibilidade de seguir os passos do irmão. As comparações são inevitáveis. A primeira pergunta ao novo titular é óbvia: o futebol é semelhante ao de Uéslei? “Só colocando no campo para ver. Espero ser igual a ele um dia”, despista, surpreso com a novidade e enrolado com as nuances da língua portuguesa. Depois de anos no futebol japonês, o sotaque esquisito é quase inevitável. “Preciso reaprender o português”, diverte-se.
O atacante de apenas 22 anos não é a única novidade no time esboçado pela comissão técnica nesses primeiros dias de trabalho. O treinador esperava contar com Elias, mas o meia acabou vetado pelo departamento médico nos primeiros passos no campo principal do Fazendão. O armador voltou a sentir dores no músculo posterior da coxa e deixou o gramado contrariado, evitando a imprensa. Será substituído por Rogério, que terá a obrigação de proteger os zagueiros e auxiliar na saída de bola.
Rivaldo será o único organizador de ofício no meio-campo. E como dificilmente poderá contar com Inho, reclamando de bolhas no pé, ficou complicado para o treinador até mesmo escolher os 18 relacionados para a estréia. “Relacionamos 20, mas perdemos Elias, talvez Inho e ainda tenho que conversar com o Neto sobre a possibilidade de ele jogar amanhã (hoje). Sabemos que física e taticamente ainda falta muita coisa, mas esperamos poder fazer uma boa partida”, analisou.
Juazeiro – Assim como o Bahia, o Juazeiro apresentou suas armas num amistoso no último domingo. Na reabertura do estádio Adauto Moares, o time venceu o campeão amador da cidade de Santo Sé por 2×1. O técnico Célio Gonçalves gostou da movimentação, mas sabe que a equipe ainda não está 100% pronta para o estadual. No entanto, o presidente Eládio Júnior garante que o Touro do Sertão jogará de igual para igual no Armando Oliveira.
Correio da Bahia
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