A matéria abaixo foi publicada na edição desta terça-feira do jornal A Tarde. Intitulado “Estatuto das estátuas”, o texto do repórter Eliano Jorge endossa o coro do ecbahia.com.br e pressiona ainda mais a diretoria:
“Empacou de vez a atualização das leis internas do tricolor, que datam de 1981. O mundo avançou nestes 25 anos. O regimentou do Bahia, não. Mas inexistem sinais de pressa na reforma
A modernidade administrativa, que conta décadas de atraso no tricolor, soma mais quatro meses e meio de defasagem. O prazo para conclusão do novo estatuto do Esporte Clube Bahia era 31 de dezembro. Passou para 30 de janeiro. E, até hoje, nada.
Iniciada numa reunião, em 14 de outubro, a reforma completou um semestre de morosidade, sexta-feira. As três sub-comissões despacharam seus relatórios preliminares no longínquo 24 de novembro. Dali em diante, decorreram-se 145 dias de estagnação.
O próximo passo determina que os 24 membros da junta discutam as sugestões sobre os aspectos institucional, patrimonial e social. A missão de conduzir este processo cabia ao empresário Rui Cordeiro. Porém, ele deixou o cargo de relator da comissão reformadora no final de janeiro.
Alegou que vive em viagens para Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Não posso sacrificar meu trabalho e minha empresa, lamenta. Com sua saída, um dos três sub-relatores deveria ser escolhido pelo grupo para substitui-lo.
Ele não apresentou o relatório, e não aconteceu absolutamente mais nada, reclama o sub-relator Ademir Ismerim. Diante dessa dificuldade, acho que o presidente (do clube, Petrônio Barradas) deveria designar um novo relator. É uma coisa simples, falta um pouco de coordenação, escancara a burocracia.
Cordeiro desmente que tenha se ausentado de reuniões. Insiste que o calendário de festas de fim de ano atrapalhou os encontros da junta. O escopo básico está pronto, concluído. Falta muito pouco.
NATIMORTA O ex-relator conta que as eleições diretas, principal anseio da oposição, estão garantidas: Isso é consenso. Ismerim confirma.
Mas as questões estariam sob sigilo. A gente fez um acordo. Todos os membros (da comissão) decidiram só apresentar o estatuto depois que ele estivesse pronto, revela Cordeiro.
Em seguida à aprovação das propostas pela junta, os 300 conselheiros votam sobre sua efetivação. Se ratificadas, elas são submetidas aos sócios. Entretanto, não faltam denúncias de que o próprio Bahia dificulta a associação de seus torcedores, reduzindo a influência popular na atualização do seu regimento interno.
O líder da Associação Bahia Livre, Ivan Carvalho, acredita que se trata de uma manobra para os atuais dirigentes não perderem o controle do clube. Os sócios podem, inclusive, pedir o afastamento do presidente, exemplifica a ameaça.
Carvalho ainda duvida da reforma. A convocação da comissão foi para acalmar a oposição. Ela nasceu morta, não vai fazer nada, desdenha”.
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