Jornal denuncia suposta “pipocada” do volante Ari

Veja nota da coluna “Dividida” deste domingo do Correio da Bahia:

“O VOLANTE Ari, que foi dispensado pelo Kashima Antlers, do Japão, está em Salvador há alguns meses, totalmente recuperado de um problema no joelho. Entretanto, depois de curado, sempre alegava para os médicos que ainda sentia dores no local. O medo de Ari era que o Bahia precisasse dele, como precisou, para o Campeonato Brasileiro da Série B. Na reta final, com Neto e Jair machucados, ele poderia ser lançado, mas “pipocou” e não entrou nos jogos contra o Santo André e o Paulista. No Fazendão, o prestígio de Ari está em baixa e o comentário é que ele teve medo de pegar o barco afundando. Por isso, não se interessou em jogar. Agora, Ari, que com o dinheiro que ganhou no Japão comprou dois carros da marca Audi, diz que tem clubes da Série A interessados em sua contratação. Porém, se isso não acontecer, ele deve mesmo é disputar, como castigo, a Taça Estado da Bahia”.

Por outro lado, o jornal também publica a seguinte matéria:

“O polivalente Ari é daqueles jogadores que trabalham como operários. Seu trabalho só pode ser observado no conjunto da obra, após os 90 minutos de jogo. Foi essa determinação que garantiu ao jogador uma transferência para o Kashima Antlers, do Japão, no início do ano passado. No time comandado por Toninho Cerezo, onde Zico já desfilou seu futebol, ficou por seis meses, até que uma lesão no ligamento do joelho antecipou sua volta a Salvador, prevista para o final de 2005.

O sonho, no entanto, não é permanecer no Bahia. Ari é um dos que podem aumentar o caixa tricolor com uma transferência. Recuperado, busca um clube para disputar a Série A do Campeonato Brasileiro. Ano passado, Santos, Flamengo e Internacional demonstraram interesse no meia/volante/lateral-direito. Os interessados devem tratar diretamente com o Bahia um empréstimo até o final do ano. Em 2006, os planos envolvem uma volta ao futebol japonês, onde acredita ter deixado as portas abertas. “Eu só voltei por que tive esse problema no joelho e chegamos a um acordo para que pudessem contratar um outro jogador estrangeiro. Lá é como na Europa. O limite é de três estrangeiros por clube”, explicou.

Além dele, Alex Mineiro e Fernando eram os forasteiros do clube. “O Fernando é o dono do time. É o ídolo da torcida do Kashima. Já está lá há três anos”, referindo-se ao ex-jogador do rival Vitória. A adaptação aos costumes orientais foi difícil. Contratado em fevereiro, Ari só chegou ao Kashima em março e amargou o banco de reservas por três partidas. Depois, foi o titular da lateral-direita até o dia 23 de julho, quando se machucou.

Aprimorando a parte física no Fazendão, o jogador mostrou mágoa com a forma como foi tratado pela diretoria do Bahia antes de sua saída. E apontou os culpados pela crise que o tricolor atravessa. “Eu fui humilhado aqui por pessoas que não souberam gerir o clube e o levaram para o buraco onde está. Mas não desejo mal a ninguém. Dei a volta por cima e, se não sou rico hoje, não estou passando dificuldade”.

Mesmo não demonstrando grande entusiasmo com a idéia, Ari não descartou a possibilidade de voltar a vestir camisa tricolor ainda na Taça Estado da Bahia. E acrescentou: se tiver que disputar a Série C ano que vem, estará à disposição. “Não vou ser hipócrita e dizer que é meu sonho, mas tenho contrato com o clube até 2008 e sou profissional. Disputaria numa boa a terceira divisão. Mas o Bahia tem que se estruturar. Pior do que cair e permanecer lá”, ensinou.”