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Juiz do Trabalho defende direção no episódio Jael

Notícia
Historico
Publicada em 1 de fevereiro de 2011 às 16:17 por Da Redação

Juiz do Trabalho e um dos fundadores do ecbahia.com, em 1997, o tricolor Newton Sena escreveu ao site para mandar um ponto de vista diferente do enunciado em nosso Editorial sobre o polêmico caso Jael. Confira o texto, intitulado “A volta da barbárie”:

“Para a maior parte da torcida do Bahia, o jogador Jael deveria permanecer no clube, mesmo após ter agredido, fisicamente, um dirigente. O atacante justificou o seu ato, alegando atraso de salário e, depois, mostrou-se arrependido, através de mensagens pelo Twitter. A diretoria, todavia, anunciou, na última segunda-feira (31/01) a sua saída, após uma reunião com o seu procurador.

Há certos assuntos que não podem ser misturados. Não restam dúvidas que a diretoria não tem preparado adequadamente o time para a disputa das competições deste ano, a começar pela péssima escolha do técnico. Após a volta para a Série A do Campeonato Brasileiro, e, acentuado, pelo descenso do Vitória, a retomada da hegemonia do futebol baiano se tornou um imperativo, além da necessidade de uma campanha minimamente digna no próximo certame nacional. Porém, o “caso Jael” não pode ser analisado sob essa perspectiva.

A diretoria do Bahia não tinha outra solução, senão a dispensa do atleta. Casos recentes do futebol brasileiro demonstraram que a tolerância com comportamentos profissionais inadequados trazem consequências sérias, vide o Flamengo, no ano passado. Tudo era permitido no clube carioca, até o torcedor ser obrigado a ler as páginas policiais dos jornais, e não mais, o caderno esportivo.

Com Jael, há de se ressaltar que a diretoria tricolor não tomou qualquer providência intempestiva, como ocorrera, por exemplo, com o Palmeiras, em 2009, ao despedir Obina e Maurício, logo após uma briga em Porto Alegre. Houve tempo para reflexão, para se pesar as consequências e, principalmente, para que a decisão não fosse emocional, mas, sim, racional e profissional.

Um ato não justifica o outro, se Jael não recebe salário desde o ano passado ele tem todo o direito de utilizar os mecanismos legais, inclusive o de rescindir o seu contrato de trabalho.

Digo mais, ele o deveria ter feito, pois é inadmissível que um profissional trabalhe e não tenha respeitado seus direitos mínimos, principalmente quando se trata de pagamento de salários, uma vez que esse é, normalmente, a sua única fonte de renda, de dignidade, de inserção na sociedade de consumo atual. Não são raras, inclusive, as decisões judiciais que reconhecem danos morais ao empregado, quando deixa de receber imotivadamente os seus salários.

Já é passada a hora de deixarmos de viver na barbárie. Além de que uma pergunta continua sem resposta: se era para agredir, por que não quem realmente paga o salário? Mais uma vez sobrou para um bode expiatório. Esse é um bom momento para reflexão, de que certos atos não possuem justificativas. Torço para Jael ter sucesso em sua carreira, e, que, principalmente, aprenda com esse episódio a não se sujeitar a trabalhar sem receber; violência física não pode e não deve, nunca, ser tolerada.”

Newton Cunha de Sena
torcedor do Bahia
fundador do ecbahia.com
Juiz do Trabalho em Campinas (SP)”

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