Há exatos três meses a diretoria batia o martelo sobre a contratação de Luís Carlos Cruz. Logo após acertar o retorno de Newton Mota, o então recém-eleito presidente Petrônio Barradas justificava a decisão pelo fato de o catarinense de 41 anos preencher todos os pré-requisitos que queria: ser um “treinador jovem, dinâmico, com experiência em divisões de acesso, que se enquadra na nova realidade financeira do clube e motivado para trabalhar”.
Na época, meados de novembro, os quase 2 mil internautas que participaram da enquete ecbahia.com.br se dividiram em torno da escolha. Enquanto 48% disseram ter gostado, 27% preferiam outro nome e 25% não desejaram opinar. Nove jogos oficiais depois (três triunfos, três empates e três derrotas), Luís Carlos Figueiredo Cruz deixa o Fazendão com menos de 4,0 de média, segundo a seção “Dê a nota!” do site. Foram computadas aproximadamente 600 notas.
Mas ele parece não se conformar com o bilhete azul do Esquadrão de Aço. O técnico alega que assinou contrato de um ano e que deverá se reunir com a cúpula tricolor para resolver a situação. “Conquistamos oito pontos dos últimos doze disputados. Agora que a equipe estava crescendo de rendimento, me mandaram embora”, desabafou. Cruz, que apesar das constantes mudanças no elenco não pode reclamar de ausência de pré-temporada, estreou no cargo empatando amistoso contra a seleção de Euclides da Cunha: 0 a 0. No Estadual, só conseguiu vencer justamente os dois piores participantes do certame: Atlético de Alagoinhas, duas vezes, e Camaçariense.
O comandante sai sem repetir a escalação uma única oportunidade. Alheio aos problemas rotineiros do Alto de Itinga, pregava em janeiro: “O Bahia terá um time fortíssimo. Lá na frente, a gente vai surpreender”. Em sua última entrevista coletiva, após o 1 a 1 frente ao Ipitanga, enxergou um “grande jogo, só não viu quem não quis”, brigou com a imprensa e arrematou, quando questionado a respeito do esquema com três zagueiros em plena Fonte Nova: “Esse negocio de retranqueiro é conversa para boi dormir”.
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