A edição desta quarta-feira da Folha de S. Paulo traz informações reveladoras que podem, no mínimo, resultar em ações de indenização por parte de Internacional, Fluminense e da dupla BA-Vi. Não perca:
Ao final das investigações, concluídas ontem com apresentação de denúncia à Justiça, promotores e policiais federais não encontraram comprovação de que houve fraudes em 2 dos 11 jogos do Brasileiro-2005 apitados por Edilson Pereira de Carvalho e anulados pela Justiça Desportiva.
Uma dessas partidas foi São Paulo 3 x 2 Corinthians, que foi campeão graças à invalidação das partidas. O time do Parque São Jorge ganhou um ponto na segunda edição do confronto, que tinha perdido na primeira ocasião.
Outro jogo em que não há certeza de manipulação foi Fluminense 3 x 0 Brasiliense. Sua invalidação tirou do time carioca a vaga na Libertadores. No replay, a equipe das Laranjeiras empatou, perdendo dois pontos. Acabou atrás do Palmeiras na tabela.
A denúncia do Ministério Público diz que a “organização criminosa” não consumou os delitos (fraudes) porque “as cotações dos sites [de apostas] -com seus proprietários já desconfiados dos resultados combinados- ou não existiram ou se realizaram de forma insatisfatória”.
“Não sei [se ele fraudou ou não]. O fato de haver ou não dentro de campo [a manipulação] é irrelevante para a ação penal. Sob o ponto de vista criminal, não houve fraudes”, afirmou o promotor José Reinaldo Guimarães. Não foi o único ponto em que as decisões dos tribunais desportivos contrariaram a investigação de policiais e de promotores. No total, a denúncia apontou que houve fraudes em outras 34 partidas. Dessas, só nove do Brasileiro da Série A foram anuladas.
Segundo o Ministério Público, Edilson e Paulo José Danelon manipularam 21 jogos do Paulista, quatro do Brasileiro da Série B e um da Libertadores da América. O Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo decidiu não mexer com as partidas do Estadual. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que anulou os 11 jogos da Série A, não fez modificações na Série B.
Se fossem anuladas e repetidas, as partidas afetadas alterariam a classificação e o rebaixamento das duas competições.
Apesar das contradições, o ex-presidente do STJD Luiz Zveiter acha que o trabalho dos promotores corrobora sua decisão de invalidar os 11 confrontos.
“Pode ser que tenha havido a coação deles para mostrar aos apostadores [seu poder]”, afirmou. “Isso pode não ter ficado caracterizado na área criminal, mas ficou na área desportiva.”
Zveiter afirmou que, no ano passado, o Ministério Público não lhe apresentou nenhum elemento que indicasse fraudes nos jogos da Série B. Para ele, os promotores devem ter descoberto fatos sobre a Segundona posteriormente.
Pela denúncia, os dois ex-árbitros manipulavam os jogos em troca de quantias entre R$ 10 mil e R$ 15 mil. Eram pagos pelo núcleo da quadrilha, que levantava recursos com apostadores “de boa-fé”, além de aplicarem recursos próprios. As apostas eram feitas em dois sites. A quadrilha teria ganho até R$ 400 mil em um jogo.
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