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Máfia do apito: recurso baiano será julgado quinta

Notícia
Historico
Publicada em 14 de fevereiro de 2006 às 01:36 por Da Redação

O recurso proposto por Federação Bahiana de Futebol (FBF), Bahia e Vitória finalmente encontrou seu destino. Após percorrer um caminho repleto de curvas sinuosas, quando esteve próximo de ser arquivado no final do ano passado, veio a decisão: quinta-feira, às 16h (de Brasília), o processo será julgado no Tribunal Pleno pelos auditores do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). A determinação do promotor Lindolfo Marinho foi confirmada ontem, após divulgação da pauta de julgamentos. O documento pede reavaliação sobre a corrupção no futebol na Série B.

Foram quatro meses e três dias desde que o presidente da FBF, Ednaldo Rodrigues, entregou pessoalmente o documento a Luiz Zveiter, ex-presidente do STJD, à notícia desta segunda. A demora, que atravessou toda fase decisiva da Segundona e atingiu uma nova temporada, não tirou a satisfação do dirigente. “É a resposta que o nosso trabalho sempre buscou. Queremos ouvir os argumentos e saber as opiniões que o escândalo teve na Série B. Podemos ou não ter razão, mas haverá um debate”, expõe ele, que sempre questionou o porquê de 11 partidas apitas por Edílson Pereira de Carvalho na Série A terem sido anuladas e nada ter sido feito nas 4 arbitragens de José Danelon na B.

No julgamento de depois de amanhã, a FBF estará representada pelo jurista Manfredo Lessa, advogado da instituição em Salvador, e pela doutora Patrícia Saleão, representante no Rio de Janeiro. “Também estarei presente, assistindo à sessão. Afinal, após toda luta, gostaria de ver as contestações serem expostas, além de ouvir o que for decidido”, conta o presidente da Federação.

No mesmo dia e local, a “Máfia do apito” no Paraná também será julgada. Ao todo, 13 pessoas estarão no banco dos réus, denunciadas com base no artigo 241 do CBJD: “dar ou prometer qualquer vantagem a árbitro ou auxiliar de arbitragem para que influa no resultado da partida”. A pena prevê como punição, a eliminação do futebol. “Nossos advogados, inclusive, devem solicitar que este julgamento aconteça antes do nosso pleito, já que seu resultado pode fortalecer nossa defesa”, comenta. Entre os acusados, Carlos Jack Rodrigues Magno e Marcos Tadeu Silva Mafra, que apitaram partidas na Segunda Divisão, inclusive a derrota do Bahia para a Portuguesa, no Canindé.

INCÓGNITA
O processo baiano será julgado por 7 auditores do STJD, desde que haja um quórum mínimo de quatro presentes. Se houver empate, o presidente da casa possui o voto de minerva. Em caso da maioria entender que o recurso não tem validade, há a possibilidade de contestação via Justiça Comum, mas isso dificilmente será feito pelos clubes, receosos de retaliação pela CBF. Entretanto, se o pleito for visto como válido, Ednaldo não sabe qual seria o resultado prático: “Claro que torcemos para conseguirmos sucesso. Mas não há como opinar sobre o que seria feito. É uma decisão da Justiça, STJD, e não nossa”.

O inciso 5 do artigo 9º do Estatuto do Torcedor não permite a alteração do regulamento após sua divulgação definitiva. Semana passada, 19 dos 20 clubes que vão participar da Segundona 2006 se reuniram em Arbitral para confirmar a fórmula com jogos de ida e volta, como na Série A. A Série B 2005 acabou em 26 de novembro. Os classificados para a segunda fase o os rebaixados haviam sido definidos em 10 de setembro. Assim, a saída que se apresentaria mais provável, em caso de resposta afirmativa ao recurso no Tribunal Pleno, seria uma indenização financeira aos clubes rebaixados à Série C (Bahia, Vitória, Anapolina, União Barbarense, Criciúma e Caxias).

Correio da Bahia (Adaptado)

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