Além de negar que iria renunciar ao cargo e apresentar o diretor de futebol Anderson Barros, o presidente Marcelo Guimarães Filho comentou diversos assuntos na entrevista coletiva da noite desta sexta-feira, marcada estrategicamente para o mesmo horário do movimento Bahia da Torcida, na Fonte Nova.
A certa altura, MGF falou sobre a finalíssima do Estadual, neste domingo, no Barradão. Mesmo após a derrota de 7 a 3, na partida de ida, ele insistiu em não jogar a toalha.
“Estamos disputando o campeonato. É situação muito difícil de reverter, mas estamos disputando o campeonato”, afirmou.
O cartola não soube explicar o fato de que o atacante Ryder, um dos 14 nomes da lista de dispensa anunciada no início da semana, chegou a treinar entre os titulares no treino de minutos antes, no Fazendão. “Foi dispensado, mas a gente entendeu que ele deveria participar do jogo. A lista não muda”, disse.
MGF também foi perguntado sobre a renúncia do advogado Ademir Ismerim da vice-presidência jurídica do clube. Em carta dura, este admitiu ter feito parte de uma gestão que não deu certo e até vislumbrou a morte do Tricolor, caso não haja mudanças estruturais.
Assista aqui a outros trechos da entrevista, não citados nesta reportagem
“Basta olhar a atual situação que o clube vive administrativamente. Não tinha essa sala de imprensa, vamos entregar um novo CT, eu trouxe a maior empresa de fornecimento de material esportivo do mundo, o clube vem honrando seus compromissos. A situação financeira melhora a cada ano”.
Apesar disso, em outra resposta, disse que não há dinheiro para grandes contratações.
Voltando a Ismerim, alegou que Sport e Vitória também foram eliminados da Copa do Nordeste, no começo do ano, e continuou:
“Agora, nós sofremos duas derrotas vexatórias, tristes, que abalam qualquer clube da grandeza do Bahia, para o nosso maior rival. Esse é o cenário que temos hoje. O clube não está na Série C, não caiu para a Série B. Perdemos do vitória de uma maneira que não devemos perder, mas devemos continuar trabalhando. Temos um mandato a cumprir, na certeza de que o Bahia continuará entre os maiores clubes do Brasil, na Série A”.
Depois disso, começou a mostrar irritação: “Recebi a carta dele (Ismerim)… Eu tinha conversado com ele pouco antes. Ele podia ter me falado aquilo por telefone, não precisava carta. Temos uma amizade pessoal que espero que não seja abalada. É uma pessoa que nos ajudou enquanto esteve aqui. Não concordo com muitas das coisas que ele colocou”.
“Sobre a reforma do estatuto.. Fui talvez o único presidente que reformou o estatuto, em que o sócio vai votar. Se não é da maneira que alguns entendem que deva ser, é do processo democrático. Alguns pontos que Ismerim coloca ali não são verdadeiros. Se tivermos 50 mil sócios, todos poderão votar em dezembro do ano que vem”.
As aguardadas saídas do goleiro Marcelo Lomba, do zagueiro Titi e do atacante Souza foram minimizadas. “Estamos fazendo as coisas de uma forma pensada. Sem nenhum tipo de privilégios, mas também sem caça às bruxas”.
MGF citou o encontro que teve com o publicitário Sidônio Palmeira, líder do movimento Bahia da Torcida. “Foi uma conversa amistosa, é uma pessoa inteligente, e a gente conversou muito sobre o clube, mas não tem nenhum acordo. Ele colocou que acha que eu devo sair e coloquei que não. Não passa pela minha cabeça sair, mas foi uma discussão em alto nível”.
O presidente ainda minimizou as articulações nos bastidores que envolvem o governador, o prefeito, a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Justiça, além de patrocinadores e do Público Zero.
“Gente, só tem uma chance de eu sair, no meu entendimento, respeitando as regras do Direito e do estatuto do clube, que é um papel de renúncia com a minha assinatura. Isso não vai acontecer. Na minha visão, não tem nenhuma outra possibilidade. Há esse questionamento na Justiça (a intervenção), mas na Justiça a gente confia. No momento oportuno, nós vamos nos pronunciar na Justiça. Acredito que o Direito está do nosso lado e que isso vai se resolver”.
Para ele, se sair agora será um “golpe” e “o maior prejudicado seria o Bahia”.
MGF prosseguiu: “Evidente que erros foram cometidos e o torcedor tem direito de cobrar uma satisfação. Diante do primeiro semestre muito ruim, vamos refazer o planejamento. Mas a ideia ainda é buscar atletas dentro da nossa realidade financeira”.
O dirigente não explicou a inclusão do nome do meia argentino Rosales na lista de dispensa e explicou a diferença entre os dois novos cargos criados: de diretor de futebol (Anderson Barros) e de superintendente de futebol (provavelmente William).
“Um (superintendente) é mais estratégico, de planejamento. O outro é mais operacional, executivo, de tocar o dia a dia de trabalho”.
MGF também não confirmou ainda a saída do vice-presidente de marketing, Sacha Mamede.
“O marketing precisa sempre fazer um esforço maior e vamos buscar a partir dessa semana fazer uma reestruturação no setor, atendendo ao pedido do torcedor. Acho que muito foi feito, mas evidentemente que em um clube como o Bahia, com uma receita muito distante dos outros grandes clubes do Brasil, precisamos nos sobressair no marketing. É um processo que se avizinha, já estamos bolando (mudanças), não necessariamente significa a saída de pessoas. Pode ter a entrada de recursos humanos”.
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