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Mortes do último clássico permanecem sem solução

Notícia
Historico
Publicada em 9 de março de 2007 às 17:09 por Da Redação

De Raphael Carneiro, na Tribuna da Bahia desta sexta-feira:

“O placar macabro de um morto para cada lado na estúpida rivalidade entre torcedores da dupla Ba-Vi, particularmente entre integrantes das Torcidas Organizadas Imbatíveis e Bamor, em nome de uma louca, irresponsável e doentia “paixão” pelo futebol. Exatamente 30 dias depois do último clássico no Barradão, o segundo Ba-Vi válido pelo Estadual deste ano será disputado domingo, desta vez no estádio da Fonte Nova, sem que os assassinos de Luiz Carlos Vítor Pereira, de 41 anos, torcedor do Vitória, e de Pedro Sales Silva, 43 anos, torcedor do Bahia, tenham sidos identificados, autuados e presos.

Os assassinatos foram cometidos antes e depois do Ba-Vi do dia 11 de fevereiro, em circunstancias semelhantes. Luiz Carlos Vítor Pereira morreu em conseqüência de um soco desferido por um animal travestido de torcedor da Bamor, caiu e bateu a cabeça, quando chegava ao estádio do Barradão, acompanhado de um amigo, e Pedro Sales Silva covardemente espancado por três integrantes da Imbatíveis, depois do clássico, após descer do ônibus, quando voltava para casa.

Os dois assassinatos foram praticados em nome do torpe sentimento da rivalidade, da vingança. Ambos tiraram a vida de simples torcedores, amantes do futebol arte, espetáculo, diante da família e amigos. Mesmo com testemunhas, a impunidade continua como a marca mais forte do primeiro clássico entre Bahia e Vitória pelo Campeonato Baiano deste ano, com o macabro empate de 1 a 1, dentro de campo, e fora dele, com a morte de dois inocentes.

Famílias aguardam o resultado da investigação

Impacientes, os familiares do pedreiro Luiz Carlos Vítor Pereira e do aposentado Pedro Sales Silva aguardam um resultado das investigações policiais. Praticamente um mês depois do ocorrido, os responsáveis pelos assassinatos ainda continuam à solta na sociedade baiana. Pior: nada impede que eles estejam no domingo, nas arquibancadas da Fonte Nova para assistir o segundo clássico do ano.

“Nossa família está toda abalada. Ele deixou a esposa e dois filhos. Nós entregamos tudo nas mãos da polícia e estamos ansiosos pelo resultado das investigações”, contou o irmão de Pedro, que preferiu não se identifica. A vítima foi assassinada a pedradas após o último Ba-Vi, na BR-324.

De acordo com agentes da 4ª Delegacia de Polícia (São Caetano), responsável pela investigação do caso, mesmo com o depoimento das testemunhas, não se pode afirmar que foram integrantes da torcida organizada Os Imbatíveis que mataram o aposentado.

“Não tem nada disso confirmado. Não temos suspeitos e não sabemos se foram mesmo integrantes da torcida”, disse um agente que preferiu não se identificar. O caso está sendo acompanhado pelo delegado Roberto Dias.

A relativa demora nas investigações deixa alguns parentes desacreditados. “Acho que o caso já foi até dado por esquecido, pela maneira que fui recebido na delegacia. Aqui, nada se faz, nada se resolve”, desabafou o marceneiro Milton Vitor Pereira, 43 anos, irmão de Luiz Carlos.

Ele contou que um dia antes da reportagem da Tribuna da Bahia entrar em contato, ele havia ido à 10ª Delegacia de Polícia (Pau da Lima) para buscar informações. Chegando lá, Pereira informou que não foi bem recebido.

Na 10ª DP, apenas o chefe do Setor de Investigação (SI) está autorizado a comentar sobre o caso. No entanto, nas diversas vezes em que a reportagem tentou encontrá-lo, o chefe do SI estava nas ruas, sempre “buscando informações sobre este caso”, diziam os agentes.

“O pior de tudo é que a mulher dele tem deficiência em uma das pernas e dependia muito de meu irmão. Ela e o filho estão sendo ajudados pela mãe dela. Mas, assim que puder, nossa família também vai fazer de tudo para não deixá-los na mão”, disse Pereira.

Para o promotor de Justiça da Bahia, José Renato Oliva, a divulgação de informações pode atrapalhar as investigações. “O inquérito policial é uma coisa sigilosa. Não podemos falar muitas coisas, mas temos sim alguns suspeitos”, garantiu o promotor.

O sigilo policial, defendido pelo promotor, não tem a mesma repercussão entre os familiares. “Parece que nada aconteceu. A sensação é de total impunidade. Isso também ajuda a outras pessoas a fazerem o mesmo”, lamentou o irmão de Luiz Carlos, assassinado na porta do Barradão”.

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