De André Uzêda para o jornal A Tarde:
`A transação que envolveu a ida do meia Gabriel do Bahia para o Flamengo, em janeiro deste ano, virou um dos objetos de investigação do Ministério Público Federal.
O órgão instaurou um inquérito, conduzido pelo procurador José Alfredo Paula Silva, para apurar possíveis irregularidades cometidas na gestão do ex-presidente Marcelo Guimarães Filho, destituído do cargo por uma intervenção judicial.
O MPF investiga se houve sonegação fiscal e lavagem de dinheiro (entre outros crimes fiscais) cometidos na venda do jogador, a mais alta na administração de Marcelo Filho.
Segundo informações extraoficiais divulgadas à época – não confirmadas pelo Bahia -, Gabriel teria tido 50% dos seus direitos econômicos negociados por R$ 5,9 milhões. Outros 30% teriam ficado sob a posse do empresário Carlos Leite. O Bahia teria mantido 20%.
Também à época da comercialização, foi veiculado por diversos órgãos de imprensa que o pagamento dos valores pelo time carioca seria em cinco parcelas, com a última marcada para abril de 2014. Na ocasião, a direção tricolor também não confirmou esta informação.
Tudo pago
A reportagem de A TARDE entrou em contato, Na sexta-feira, 23, com o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Melo. Por telefone, ele informou que todos os valores em débito com a venda do jogador já foram inteiramente pagos ao Bahia.
“Não foi uma venda à vista, foi realmente parcelada. Mas já pagamos tudo que devíamos ao Bahia. Só não me lembro dos valores”, disse Bandeira.
O jornal A TARDE apurou que, apesar de o presidente do Flamengo garantir o repasse integral do montante, a empresa de auditoria Performance, contratada pela direção interventora do Bahia, ainda não encontrou nenhum indício de que este dinheiro tenha sido depositado nas contas do clube.
“Ainda estamos no aguardo do relatório da auditoria. Não posso confirmar nem negar qualquer informação antes de o relatório ficar pronto”, disse o interventor Carlos Rátis.
A auditoria foi contratada obedecendo despacho do juiz Paulo Albiani, da 28ª Vara Cível, que determinou que as contas do Bahia passassem por análise de empresa profissional.
Na sexta, em nova decisão, Albiani determinou que o relatório final da auditoria seja anexado à investigação do MPF antes do dia 9 de setembro, quando será finalizada a intervenção, com o ato de posse do novo presidente do Bahia.
Também na tarde de sexta, Carlos Rátis e demais integrantes da equipe de intervenção prestaram depoimentos na sede do Ministério Público Estadual, no bairro de Nazaré.
A reportagem apurou que a ação dos dois MPs (Federal e Estadual) é conjunta, com cada órgão atuando na esfera criminal que lhe cabe.
Gabriel estreou no profissional do Bahia em 2011, após ser descoberto pelo ex-presidente Marcelo Filho e seu irmão Marcos Guimarães em um torneio de futebol amador. Em 2012, o jogador foi o destaque do Bahia na conquista do Estadual, após jejum de 11 anos.
Marcelo Filho foi procurado pela reportagem para se posicionar a respeito do assunto, mas desde que foi destituído do poder tem evitado entrevistas.`
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