De Eliano Jorge, no jornal A Tarde deste domingo:
“Na manhã da última segunda-feira, Marguit Frölich assustou-se com o chamado do motorista do Bahia, que foi buscá-la na sua residência, em Villas do Atlântico. O funcionário alegava não saber o motivo. A esposa do meia Cléber, então, formulou as mais diversas hipóteses, apreensiva e sem contato com o marido, que estava em Natal.
No consultório do vice-presidente médico do clube, Marcos Lopes, Marguit soube que Cléber, de 31 anos, acabara de sofrer um acidente vascular cerebral no quarto do hotel. Fiquei muito nervosa. Foi um choque para nós (familiares). Ninguém esperava isso.
Sem qualquer histórico negativo de saúde, o atleta resistiu a 5% de chances de sobrevivência, vítima de um até então desconhecido aneurisma.
Reserva na derrota de 4 a 3 para o ABC na noite anterior, ele acordou com fortes dores de cabeça e desmaiou. A caminho da internação hospitalar, sofreu uma parada cardiorrespiratória. Uma cirurgia de emergência no cérebro o salvou.
DIGNO Por diversas vezes nas últimas décadas, o Bahia foi acusado de menosprezar problemas pessoais de seus funcionários. Atrasou salários por até mais de um ano, não amparou atletas machucados.
Mas, num momento de vida ou morte, deu todo apoio a Cléber. Estão ajudando em tudo, não temos do que reclamar, reconhece Marguit. Ela viajou ao Rio Grande do Norte na madrugada de quarta-feira. Seu sogro tinha ido na véspera. Ambos, com despesas pagas pelo Esquadrão de Aço, que já investiu mais de R$ 80 mil na recuperação do jogador, com cirurgia, exames, medicamentos e internamento.
O clube promete continuar cumprindo seu papel de empregador. O procurador de Cléber, Alex Dracena, deve chegar do Japão nesta semana. Como o contrato do meia se extingue em 30 de novembro, é necessário confirmar a prorrogação da tutela tricolor.
BOLETINS As informações passadas pelos médicos tricolores à imprensa baiana são mais animadoras do que as coletadas por Marguit na unidade de terapia intensiva (UTI) do hospital potiguar.
Ele está estável em relação à lesão no cérebro. Clinicamente bem, se recuperando. Os sinais vitais, que não estavam bem, melhoraram. Poderia tirar o sedativo, de terça para quarta-feira, reproduz.
A estimativa tricolor era de retorno a Salvador após três meses. Mas a evolução permitiu a idéia de volta nos próximos dias, em vôo fretado, com UTI móvel. Suas duas filhas, de um ano e meio e quatro, estão com a mãe do atleta, na Bahia. Por coincidência, em outubro, os pais de Cléber vieram passar dois meses aqui.
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