Na noite desta quinta-feira, o técnico Cristóvão Borges foi o convidado especial do programa Bate-bola, do canal ESPN Brasil. Com seis jogos, três triunfos e um empate, o treinador já virou unanimidade na torcida e é destaque na imprensa nacional.
Cristóvão iniciou falando sobre sua passagem pelo Vasco da Gama, em seguida comentou sobre o triunfo sobre o São Paulo, na véspera, e continuou conversando sobre as questões políticas do clube, sobre Anderson Talisca e também a respeito de Freddy Adu.
Leia os principais pontos:
PASSAGEM NO VASCO:
Tenho saudade sim. Vivi momentos importantes, grandes emoções. Minha passagem lá engrandeceu, me enriqueceu como treinador. Foi uma grande experiência e essa experiência hoje me ajuda a dar sequência à minha carreira.
CHEGADA NO BAHIA
A equipe está sendo formada, quando chegamos o clube passava por um momento de baixa, muito complicado. Era um clube desacreditado, com uma alta estima muito baixa. Este foi o grande trabalho que fizemos, o resgate disso. Claro que o trabalho de campo e organização de jogo também para que essas coisas funcionem. Foi bem assimilado pelos jogadores. Eles entenderam e gostaram das nossas idéias.
JOGO CONTRA O SÃO PAULO
No jogo, independente do momento que o São Paulo vivia, sabia que seria difícil, pois é uma equipe de alto nível. Tivemos uma boa variação de jogo, ficamos bem posicionados, uma boa marcação. Em um momento do jogo, o São Paulo passou a ser pressionado pela torcida, e a gente aproveitou bem.
INVESTIMENTOS
É bastante difícil, você tem que contar com conhecimento do mercado, com parceiros, indicações, para fugir da concorrência. A gente tem tentado fazer isso. Desde o começo do campeonato tivemos algumas indicações e algumas perdemos pois não tivemos condições de competir economicamente.
POLÍTICA E SAÍDA DO PRESIDENTE
É, teve intervenção. Ele saiu, mas ainda acho que cabe recurso, uma última instância. É claro que não temos como ficar alheios a isso, fazemos parte do contexto. Mas todos os envolvidos, tanto o presidente que me contratou e o pessoal da intervenção, todos estão interessados e procurando facilitar e contribuir para que o Bahia fique bem, fique melhor. Isso a gente tem sentido. Estamos tranqüilos e a vontade para trabalhar. Aí estamos podendo direcionar nosso trabalho todo para o campeonato. Então não temos uma interferência direta para nós.
OBJETIVO NO CAMPEONATO
Estamos em formação, é começo de um trabalho, mas queremos muito e vamos longe.
ANDERSON TALISCA
É um jogador bastante talentoso, com muitos recursos técnicos. Ele é diferenciado mesmo. Conheci agora quando cheguei, sabia que ele estava na seleção sub-20, mas quando vi os primeiros movimentos dele eu já sabia. É um jogador diferenciado, com muitas qualidades e vai longe, logicamente que tem que aprender muitas coisas, tem que cuidar da profissão bem e se dedicar bastante. Ele está demonstrando tudo isso,uma aplicação muito grande. Está desempenhando uma função que não é fácil ele e o Marquinhos, eles se desgastam muito, mas com talento e dedicação e nossa filosofia em enfatizar a nossa força de grupo. Essa é a nossa força, a força do Bahia.
COMEÇO NA BASE DO BAHIA
É especial para mim, tem sido muito especial por tudo. Essa identificação, sai de Salvador, fiquei muitos anos fora, e é um momento especial e importante da minha carreira, puder voltar para o clube onde fui formado, para minha terra, e poder dar uma contribuição num momento muito difícil do clube. Tem um sabor especial por isso, por poder estar dando essa contribuição como forma de troca do que eles me deram no começo.
PÓS-VASCO
Quando parei no Vasco fui elogiado e nas minhas reflexões eu vi que poderia fazer melhor, então hoje a comissão que trabalha comigo, estudam comigo, e com eles formamos o grupo e fomos estudar. Aprofundamos nosso método de treinamento e isso que estamos colocando no Bahia. Os bons resultados são porque os jogadores acreditaram, gostam e estão procurando executar.
FREDDY ADU
É um grande jogador. Quando eu cheguei estava lá no Bahia. Tem muitas qualidades, tecnicamente é muito bom e acho que pelo tempo que ele passou nos Estados Unidos, tem um entendimento tático do jogo excelente. Lá no Bahia tem uma concorrência muito grande, a briga para jogar é muito boa. Ele já participou comigo de alguns jogos e está brigando por um espaço. Daqui a pouco ele terá.
RACISMO COM TÉCNICOS DE FUTEBOL
Existe. Eu não tenho problemas porque acho que a nós o importante é procurar estar preparados para trabalharmos bem. Aí qualquer que seja a dificuldade você terá mais chance de ultrapassar. Dá para perceber, num comparativo, em alguns momentos a tolerância com treinadores supostamente negros em alguns momentos é diferente, da parte da torcida. Diretoria e relacionamento com jogadores, não senti nada. Em relação à torcida há impaciência. A mim não afetou. Quando sai do Vasco parei por opção minha. Recebi oito propostas, e neguei pois queria estudar, aperfeiçoar meu método de trabalho e este foi o melhor investimento que fiz na minha carreira.
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