Nação tem obrigação de ser maioria no Canindé

Imagine entrar no estádio adversário, em plena maior cidade da América Latina, e enxergar a torcida tricolor em número superior nas arquibancadas. Pois isso –que ficou longe de acontecer por exemplo na derrota em Vitória da Conquista, neste domingo, mesmo dentro da Bahia– pode e tem tudo para virar realidade hoje, a partir das 19h30, no Canindé, em São Paulo.

Vale vaga às quartas de final da Copa do Brasil. Ficar entre os oito melhores do país. Continuar sonhando com título nacional. Retornar à Taça Libertadores após 23 anos… E um combustível extra (e sensacional) para o time se entregar ainda mais dentro de campo.

A Portuguesa, dona do local e oponente desta quarta, acaba de ser rebaixada no Campeonato Paulista. Não bastasse, viu o técnico-ídolo (Jorginho) pedir demissão. E, além de não ser famosa por levar grandes públicos, colocou menos de 800 pagantes em sua última partida pela competição (4 a 0 no Juventude, há duas semanas). Detalhe: era antes da degola.

Para completar, na sexta passada o novo gerente de futebol (Candinho) deu entrevista que revoltou a paulistada-lusa. Ao ser perguntado sobre a enxurrada de críticas em torno da contratação do novo treinador (Geninho, ex-comandante do Comercial de Ribeirão Preto, lanterna do Paulistão), o agora cartola largou: “Isso é problema dela (torcida), porra”.

Já o Bahia –sozinho– botou quase 5 mil pessoas no Morumbi, pela última rodada da Série B de 2010, com o acesso já garantido, contra o Bragantino. A Embaixada Tricolor em São Paulo é das mais numerosas e atuantes. A fase da equipe de Falcão continua sendo positiva. E o melhor ataque do Brasil na temporada permanece sendo o nosso (65 gols em 2012).

Na mais recente ocasião em que os clubes se encontraram na capital paulista, época em que o rival se encontrava em bela fase naquela mesma Segundona (dia 28/8), o Esquadrão de Aço já praticamente conseguiu dividir o Canindé entre os 4.417 que pagaram ingresso.

Neste vídeo, é possível ter noção do tamanho da Nação no estádio (repare no instante 1min07):

E terminou sendo um duplo marco para o Bahia: nada menos que a primeira vez que ganhamos da Portuguesa em toda a história do confronto, na casa deles. E ali entraríamos no grupo dos quatro primeiros colocados do torneio para não mais sair.

Pra ficar mais gostoso, o triunfo por 4 a 2 veio de virada.

Zé Carlos abriu o placar aos 21 minutos de bola rolando, mas o zagueiro Alison empatou logo depois. Aí o show particular de Jael começou. O centroavante hoje no Sport marcou aos 3 e 13 da etapa final, a Lusa esboçou uma reação aos 22, porém Jael fechou o caixão aos 40, para a festa ser concluída em grande estilo no restaurante de comida nordestina que fica ao lado da arena.

Nome? “Galinhada do Bahia”!

BAÊA: Renê, Jancarlos, Alison, Nen (Vagner) e Ávine; Fábio Bahia, Bruno Octávio, Morais, Rogerinho (Leandro) e Vander (Adriano); Jael. Técnico: Márcio Araújo.

LUSA: Weverton, Domingos, Maurício e Thiago Gomes; Paulo Sérgio, Acleisson (Henrique), Heverton (Malaquias), M. Antônio e Fabrício; Luís Ricardo (Ronaldo) e Zé Carlos. Técnico: Vadão.

O horário de sete e meia é complicado, verdade (culpa das TVs…), só que não pode servir de desculpa. O Canindé fica bem próximo de uma estação de metrô (Tietê). Deixe tudo pronto em casa, no colégio/faculdade ou no trabalho. Saia mais cedo. Dê um jeito.

O negócio é não desperdiçar essa chance.

Mais dois motivos? A Portuguesa (também derrotada pelo Tricolor na Copa SP de Juniores do ano passado) traz ótimas lembranças. Foi ela a adversária da volta à elite no famoso 13 de novembro de 2010 em Pituaço: 3 a 0 com dois de Adriano Michael Jackson e outro de Nen.

E, pelo Brasileiro-2011, o Bahia visitou o palco rubro-verde em 18 de agosto, ante o Palmeiras, e arrancou um bom empate em 1 a 1, após sair atrás no marcador.

As entradas já estão à venda desde sábado, ao preço de R$ 30 (inteira), em cinco pontos na cidade ou na internet (leia detalhes no primeiro link abaixo). E BBMP!