“Não” do rival tem também relação com dinheiro

“Sem dúvida, não”. Três palavras de Jorge Sampaio, presidente do Vitória, foram suficientes para dar fim ao sonho da diretoria tricolor. Em nota pública que será divulgada nesta quinta-feira, 3, à tarde, o clube irá negar a cessão do estádio Manoel Barradas, o Barradão, ao Bahia.

O dirigente rubro-negro declarou que a decisão é unânime. “Torcida e todas as entidades ligadas ao Vitória são contrárias a ceder nosso estádio. Inclusive, eles vão subscrever a nota também”.

Sampaio ressaltou que a negativa do Leão não é por conta da paixão clubística, e sim por uma questão “numérica”. “Não tem a ver com princípios. Nenhuma proposta do Esporte Clube Bahia cobriria o prejuízo que adviria da cessão do estádio”.

Ele afirmou ter ouvido de representantes da torcida rubro-negra a ameaça de um boicote aos jogos do Vitória na Série A, o que reduziria muito a arrecadação do clube. “Principalmente no programa de fidelização (Sou Mais Vitória). Muita gente interromperia suas filiações”, acredita.

Além disso, o empréstimo faria com que o clube, que acabou de vacilar nas negociações com o atacante Nadson, perdesse moral com os torcedores. “Mesmo se toda a renda dos jogos do Bahia fosse para o Vitória, não cobriria os prejuízos de um eventual boicote”, garantiu.

Hoje, o “Sou Mais Vitória” é responsável pela injeção de R$ 200 mil por mês, sendo a segunda maior fonte de receitas do Leão, atrás somente dos direitos de transmissão da Rede Globo e dos canais Globosat.

O tricolor ainda não havia feito nenhuma proposta financeira ao arqui-rival. O encontro promovido pela Federação Baiana de Futebol (FBF), há uma semana, serviu apenas para oficializar o desejo dos comandantes do Bahia de sediar suas partidas da Série B naquela praça esportiva. “Foi acordado que, se a consulta com a torcida e os conselheiros fosse favorável, teríamos uma segunda rodada de negociação. Só aí seriam discutidos os valores”, posicionou-se o presidente vermelho e preto.

A Tarde