Não foi tão bom assim, não

“Valeu. Agora é trabalhar para o jogo contra o Itabuna, em casa”. Em tom de alívio, a declaração do volante Fausto, capitão do Bahia, traduz o sentimento reinante entre os tricolores, neste domingo à tarde, no Lomantão.

O empate sem gols foi diante do principal concorrente da primeira etapa e no estádio dele, que estava completamente lotado – havia tanta gente no local que a TV Itapoan, detentora dos direitos de transmissão do campeonato, terminou liberando o sinal para a cidade. O problema é que, a alguns quilômetros dali, em Itabuna, o Vitória vencia o representante grapiúna e saltava na frente logo no começo do quadrangular decisivo.

Como é de pontos corridos, e de tiro curto, não há brechas para qualquer vacilo na chamada “hora de a onça beber água”.

Insosso – A melhor defesa do Estadual voltou a não ser vazada. Foi a décima vez em nada menos que 23 rodadas. Mas, pelo visto, só continuar assim, sem uma mãozinha do setor ofensivo, não será o bastante para o Bahia encerrar seu famoso jejum de títulos, arrastado desde 2001.

Na etapa inicial, apenas o sergipano Cristiano – que atuou quase sempre com um curativo no rosto, impedindo-lhe até de respirar direito – ainda conseguia causar algum trabalho para a cozinha do Bode. Graças a uma jogada dele, o companheiro Didi desperdiçou a chance mais aguda da equipe em toda a partida, aos 26 minutos, quando o zagueiro Silvio salvou em cima da linha. “Não pode perder um gol desses”, lamentou o técnico Paulo Comelli, no intervalo.

A partir daí, porém, as únicas oportunidades de perigo, se é que dá para chegar a tanto, saíram em lances de bola parada. E foram bem poucos. O treinador até que se movimentou no banco de reservas. No meio do segundo tempo, colocou uma nova dupla em campo. Pois as mexidas se tornaram em vão: Pantico e Reinaldo Aleluia voltaram a decepcionar. Por que Charles não foi sequer relacionado? Torcedores questionaram à frente da telinha, em Salvador.

A bronca só não foi maior que a exagerada permanência da revelação Ananias do lado de fora. Quando ele pisou no gramado, foi para a saída de Elias, único com potencial de criar.

Pelo Conquista, o quarteto de frente – Kléber, Narcísio, Diogo e Tatu – também frustrou os espectadores. O Esquadrão de Aço foi tão bem assim, ou a sensação do torneio não mostrou as caras, depois de tanto aprontar?

A chance para ambos retornarem às cabeças, onde estavam acostumados, é no próximo domingo. Enquanto o tricolor recebe o Itabuna, em Camaçari, o alviverde visita o xará soteropolitano, no Barradão. Ainda são cinco duelos a disputar.

MELHORES MOMENTOS

1º tempo
24 min| Cristiano, do Bahia, recebe belo lançamento por trás da zaga e chuta do bico direito da grande área, alto, com certo perigo
26 min| Silvio, do Conquista, salva em cima da linha finalização de Didi, que já ia encobrindo o goleiro
35 min|
Tatu cruza da esquerda e Edimar, pressionado por Fausto, perde de cara com o tricolor Darci
43 min| Fausto, do Bahia, chuta de fora da área por cima da meta
46 min | Escanteio de Kléber termina com uma cabeçada, por cima, do lateral alviverde Carlinhos

2º tempo
10 min|
Arqueiro Rodrigues, do Conquista, salva petardo frontal
e venenoso de Marcone
11 min| Alison sobe sozinho, mas cabeceia torto, depois de cruzamento do tricolor Elias
19 min| Elias chuta no meio, para fácil intervenção de Rodrigues
42 min|
Pantico arma a jogada e Reinaldo Aleluia rola para Adilson, cujo cruzamento passa com grande perigo no meio da área alviverde
47 min|
Em mais uma tentativa de longe, volante Marcone, do Bahia, chuta por sobre a meta adversária

Matéria publicada originalmente, por esse mesmo autor, na edição desta segunda-feira 07/04/2008 do suplemento A Tarde Esporte Clube

Clique aqui e saiba tudo sobre o Baianão 2008