“Carta aos amigos tricolores,
Eles venceram. O Bahia mais uma vez, perdeu. A eleição convocada para o dia 22 de julho foi mais um faz-de-conta, um deboche contra a torcida do Bahia, contra todos os aqueles que amam o nosso Esporte Clube Bahia.
Eles, mais uma vez, ganharam, o Bahia mais uma vez, perdeu. Como é que teríamos eleições se não fora lançado, até então, quinta-feira, dia 21, o candidato da situação? Quando foram convocadas as eleições era para não ter, mesmo, candidato nenhum. E o presidente do Conselho, Petrônio Barradas, assumir. Era para mudar sem mudar coisa alguma.
Insisti em ir até o fim para desmascarar mais esta farsa. O Bahia vai mal, a situação é desesperadora, mas eles vão muito bem. Seus interesses estão acima do clube.
Era um momento importante pra gente rediscutir o futuro do Bahia, passá-lo a limpo, voltar a torná-lo grandioso e vencedor. Mas eles jogam a chance no lixo da história. É doentio e trágico, ao mesmo tempo.
Primeiro eu não poderia ser candidato, porque não era sócio embora eles soubessem que eu havia comprado o título 501.081, em 08 de julho de 2004. Depois, criaram todos os obstáculos para me caracterizar como inadimplente, o que me obrigou a realizar uma ação de consignação de pagamento e, também, ajuizar uma ação na Justiça, através do advogado Jamil Cabús, para garantir o meu direito de ser votado.
Nesta quinta-feira, dia 21, às 10h, fui fazer minha inscrição na Sede de Praia da Boca do Rio, porque sabia, através do advogado, que a sentença do juiz era favorável ao nosso pleito de garantir a inscrição da candidatura. A decisão do juiz Manoel Carneiro Bahia também suspendia as eleições no Bahia, porque havia erros no edital de convocação. Se conseguisse me inscrever, o advogado estava instruído a preparar um pedido de desistência da ação.
Erros propositais feitos pela direção do Bahia para que não houvesse eleição alguma. O Estatuto do clube é bem claro quanto ao prazo para convocação das eleições 10 dias e em reunião extraordinária. A convocação foi feita com 9 dias e para reunião ordinária.
Por volta das 14h estava no estúdios da Rádio Cristal quando soube que o presidente do Bahia já estava no Fórum Ruy Barbosa para ser intimado. Quanto apreço à lei! O Oficial de Justiça não precisava ter trabalho de procurá-lo. Estava ele lá, de encontro ao Direito, no Palácio da Justiça. No site oficial, às 18h, apareceu a notícia da suspensão da eleição.
Triste Bahia, porque não me sinto vencido, mas perdido está o nosso clube, sob o jugo da incompetência, da mediocridade, da mentira.
Quantas pessoas que acreditaram na possibilidade de mudança, que mandaram novas sugestões, melhorando e muito – as propostas até então alinhavadas. A eleição significava dar uma chacoalhada no clube, mover sua estrutura pesada, revigorar idéias e conceitos.
Estou triste, decepcionado, com o meu coração dorido. Não é porque não ganhei nem porque não concorri às eleições, mas porque o Bahia perdeu. Sobretudo porque perdeu a chance de ter de novo a massa pactuada com os seus dirigentes e atletas. Espero que eles tenham condições de encarar o torcedor, frente a frente, olho no olho, e pedir ajuda. Sem essa torcida fantástica, sinto dizer aos senhores donos do Bahia, não iremos a lugar nenhum.
Eles mandaram o recado: quem é você para desafiar os senhores feudais do Bahia?. Mudar para quê, se pra gente está bom?. Quem quer saber de torcedor, senão nas bilheterias?.
Nos próximos dias, eles vão espalhar muitas mentiras, como sempre fizeram. A tática deles é destruir as pessoas para não construir nada. Estou consciente do que fiz e da importância que a eleição tinha para mudar os rumos desgovernados da nossa história. Mas eles preferem continuar com a farsa. Que pena!
Aos amigos, torcedores, minha família, pessoas que acreditam em um novo tempo de glórias e triunfos para o nosso amado Esporte Clube Bahia, eu respondo: ouve essa voz que é seu alento, Bahia, Bahia, Bahia.
Estou triste, repito, mas não me sinto derrotado. Foi só o grande amor de minha vida que morreu, hoje, mais um pouquinho.
Nestor Mendes Jr.”
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