O Bahia mais uma vez decepcionou sua apaixonada torcida. Frente a um Goiás sem seis titulares e jogando boa parte do jogo com um homem a mais, o Tricolor ficou apenas em um empate por 1 a 1. Foi salvo no apagar das luzes pelo sempre guerreiro atacante Moré, que lutou o jogo todo e marcou o tento que igualou a partida aos 46 minutos do segundo tempo.
Os quase 14 mil pagantes que foram ao estádio da Fonte Nova na noite desta quarta-feira se iludiram logo no começo do jogo. Em poucos minutos, o Bahia já tinha aprontado uma blitz na defesa do Goiás e perdido duas chances incríveis. Primeiro aos 2 minutos, quando Moré perdeu um gol de cabeça após belo cruzamento de Carlos Alberto. E depois aos 10, quando o zagueiro esmeraldino Fabiano salvou a bicicleta de Fábio Saci em cima da linha.
O Bahia mandava no jogo, mas oferecia perigosos contra-ataques, sempre puxados pelo habilidoso atacante Welliton. A sorte não parecia do lado tricolor. Diversas vezes a bola ricocheteava na área do Goiás e faltava um pé para empurrá-la pra dentro. Na bola parada, Carlos Alberto acertou a trave. A única das trocentas cobranças feitas pelo lateral que arrancou um uh da torcida. O Goiás tentou em uma falta cobrada por Gian, mas Paulo Musse estava atento e fez bela defesa.
A coisa parecia melhorar quando o zagueiro adversário André Leone deu um pontapé em Moré após tomar um drible desconcertante. Como já tinha cartão amarelo, o árbitro alagoano Hércules Martins da Silva acertadamente expulsou o atleta. O Bahia foi mais pra cima ainda e perdeu mais uma oportunidade aos 45 minutos, quando após bela jogada de Danilo Rios, Carlos Alberto recebeu a bola e fez o cruzamento, mas faltou alguém para mandar a bola pra dentro.
E como o mais velho ditado do futebol diz, quem não faz, toma. Na seqüência do lance, Josemar errou um passe ridículo e armou o contra-ataque esmeraldino. Welliton deixou Humberto no chão e passou pra Fabrício Carvalho abrir com categoria a contagem na Fonte Nova nos acréscimos do primeiro tempo. Logo após o lance, o árbitro terminou a etapa inicial. Apesar de jogar melhor, o time saiu vaiado para o intervalo.
Segundo tempo de equívocos do treinador
Na volta dos vestiários, o técnico Arturzinho trocou seis por meia dúzia. Tirou Josemar e colocou Emerson. Após o jogo, o treinador explicou que o zagueiro vindo do Ipitanga não possuía condições psicológicas de continuar em campo, pois vinha sendo perseguido pela torcida desde o primeiro toque na bola. Coisa que, de fato, não ocorreu. Além disso, após o gol do time goiano, nem houve tempo para Josemar tocar na bola.
O Bahia foi pra cima, mas o Goiás teve as melhores chances em contra-ataques. Welliton fazia um salseiro, principalmente com Humberto e Emerson. Antes dos 10 minutos, o Tricolor perdeu Preto, que sentiu uma fisgada na coxa. Arturzinho mandou o time pra frente com a entrada do atacante Charles.
Danilo Rios tentava armar o jogo, mas parava na inoperância de Victor Boleta e Fábio Saci. Moré, muito marcado, lutava como sempre e Carlos Alberto e Charles ainda procuravam jogo. A ducha de água-fria veio com a expulsão da jovem promessa tricolor. Aos 22 minutos, Danilo perdeu a bola e parou um contra-ataque goiano com uma falta dura. O árbitro alagoano deu a famosa compensada e exagerou, mostrando cartão vermelho direto ao atleta.
A equipe se perdeu em campo e a torcida já gritava pela entrada de Rafael Bastos quando o zagueiro esmeraldino Fabiano fez falta por trás em Charles e levou o segundo amarelo. O Bahia passou a ter novamente um jogador a mais no gramado, mas faltava criatividade no meio-campo. O Goiás chegava com intenso perigo e botou uma bola na trave com Welliton. Àquela hora, a torcida já imaginava o time eliminado dentro de Salvador.
Em meio a tudo isso, Arturzinho mais uma vez se equivocou. Trocou Fausto, que naquele momento era o jogador que mais tentava organizar o desorganizado meio-campo, por Marcone. Foi o estopim para a torcida começar os gritos de burro direcionados ao treinador.
O Bahia ainda chegava, mas os chutes ou esbarravam na defesa goiana ou eram muito fáceis para o arqueiro Harlei. Na defesa, as falhas se multiplicavam e os atacantes goianos perdiam gol atrás de gol. E pra sair da mesmice, só mesmo ele, Moré. Quando boa parte do público já estava fora do estádio, o guerreiro tricolor recebeu bom passe de Humberto, girou sobre o zagueiro alviverde e acertou um chute cruzado no canto direito de Harlei. O Tricolor empatava aos 46 do segundo tempo e mantinha acesa a chama da classificação para a terceira fase da Copa do Brasil.
O time ainda teria uma boa chance de virar com o zagueiro Emerson, que àquela altura já havia virado meia. Mas o goleiro esmeraldino salvou. No fim, muitas vaias e coro de burro para o treinador Arturzinho. Aplausos só para Moré.
Em entrevista pós-jogo, o treinador se defendeu. Disse que mesmo jogando abaixo da crítica no clássico de domingo passado, Josemar foi escalado porque todo mundo foi mal. Incoerente como de costume, Arturzinho falou que não botou Rafael Bastos em campo porque ele tinha ido mal no Ba-Vi. Pode?
Na partida de volta, marcada para quarta-feira, dia 21/03, o Bahia precisa vencer o jogo ou empatar por dois gols ou mais. Um novo empate em 1 a 1 leva a partida para as penalidades máximas. O Esquadrão não contará com Danilo Rios para essa partida devido à expulsão no jogo da Fonte Nova.
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