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Notas mostram repasses de R$ 850 mil à Calcio

Notícia
Historico
Publicada em 5 de fevereiro de 2013 às 17:42 por Da Redação

Em nova matéria publicada em seu blog no portal Terra, o jornalista Dassler Marques divulgou com exclusividade provas documentais da ligação entre a atual direção do Bahia e a empresa de investimentos Calcio. A notícia divulga os valores e desmente declaração do presidente Marcelo Guimarães Filho em relação à venda do meia Maranhão. Dassler ainda revela dados sobre as negociações do volante Felipe. Vale ressaltar o que disse o jornalista: “A empresa havia sido fundada em 15 de abril do ano anterior com um investimento inicial declarado de R$ 10 mil”.

Leia a reportagem, na íntegra:

“Notas fiscais obtidas pelo Terra com exclusividade detalham ainda mais os laços entre a atual direção do Bahia e o fundo investidor Calcio. Em nota oficial divulgada na última sexta-feira, o presidente Marcelo Guimarães Filho afirma que o repasse de 30% do valor de venda do meia Maranhão (ao Cruz Azul do México) foi feito à empresa Bahia Soccer. A nota fiscal abaixo mostra, entretanto, que a informação é falsa: a Calcio teve direito a R$ 427 mil da negociação – equivalente a 20% do valor pago ao clube em 2011. O nome de batismo de Maranhão, 22 anos, é Francinilson. Veja a divergência nas duas imagens abaixo.

Foto: Divulgação/Terra

Nota fiscal mostra repasse da venda de Maranhão à Calcio (Reprodução)

Foto: Divulgação/Terra

Em nota oficial, Bahia cita outra empresa em repasse da venda de Maranhão (Reprodução)

A empresa ainda foi beneficiada na segunda maior transferência da administração de Marcelo Guimarães Filho, a do volante Felipe (dos juniores para o empresário português Jorge Mendes), fato comprovado também em nota fiscal. A Calcio recebeu mais R$ 432 mil, referente a 20% do que foi pago pela venda de Felipe, 21 anos, em 2012. As duas transferências valeram à Calcio mais de R$ 850 mil. A empresa havia sido fundada em 15 de abril do ano anterior com um investimento inicial declarado de R$ 10 mil. Veja o repasse também abaixo.

Foto: Divulgação/Terra

Repasse semelhante foi feito na venda do volante Felipe (Reprodução)

Em entrevista ao Terra na última semana, Marcelo Guimarães Filho declarou não ter certeza sobre como a Calcio foi beneficiada com direitos econômicos dos dois jogadores e falou apenas de forma geral. “Para ter um percentual de jogadores na base do Bahia só se aportar recursos na base do clube ou se levar o atleta”, disse. Questionado sobre Felipe, que havia sido levado por outro empresário sem ligações com a Calcio, disse que precisava verificar, mas não retornou à reportagem.

A Calcio teria recebido os direitos econômicos de uma série de jogadores em troca do financiamento de passagens aéreas para uma competição na Itália. É neste bolo que estava Felipe, que ganhou destaque em torneios internacionais com a Seleção Brasileira Sub-20 e hoje defende o Rio Ave, de Portugal. O meia Maranhão, depois de dois anos no futebol mexicano, foi cedido por empréstimo ao Atlético-PR há poucos dias.

Chama a atenção ainda a proximidade entre os principais membros da Calcio e a direção do Bahia. André Silva Garcia, delegado e proprietário do fundo investidor, e Manuela Tourinho Cerqueira, advogada que presta consultoria jurídica, constam como conselheiros do clube. Salvo dois jogadores da base do rival Vitória, não há registros de relacionamento entre a Calcio e qualquer outra equipe das primeiras divisões do futebol brasileiro. Citado no site da empresa como parceiro, o Real Minas Futebol Clube não disputa torneios de futebol da Federação Mineira. André Silva Garcia não tinha trabalhos importantes no futebol até a criação da Calcio.

Superintendente das divisões de base do Bahia, Newton Motta, é alvo de críticas de empresas rivais por supostamente direcionar as principais promessas para a Calcio. Ele também é conselheiro listado no site do Bahia. Ao Terra na última semana, Marcelo Guimarães Filho declarou não ter ciência sobre as denúncias de que os jogadores eram encaminhados à Calcio por funcionários das divisões de base do próprio Bahia. “Acredito que não tenha isso, mas se acontece precisamos de um trabalho diário para que não aconteça”, avaliou. “Os empresários devem procurar fazer isso em todos os clubes”, afirmou ainda.

Torcedores fazem abaixo-assinado por intervenção do Ministério Público

Inconformados com a situação, torcedores formularam abaixo-assinado com o pedido de intervenção do Ministério Público da Bahia na atual administração do clube. Eles pedem democracia e transparência. A petição pública já supera mil assinaturas.<.b>Para participar, clique AQUI.”

*Para ler a matéria no link original, Clique aqui.

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