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O jeito foi cruzar os braços em maio

Notícia
Historico
Publicada em 25 de dezembro de 2006 às 11:16 por Da Redação

O atual estado de coisas no Fazendão é tão complicado que a palavra greve já começa a aparecer no dicionário dos empregados do Bahia. Mas não seria a primeira vez que algo do gênero aconteceria no local. No dia 18 de maio deste ano, a três dias do Ba-Vi que valia vaga na final do segundo turno do Campeonato Baiano, funcionários promoveram uma paralisação em protesto contra os salários atrasados.

O expediente tricolor só começou às 10 horas. No início da manhã, os manifestantes colocaram o ônibus do clube atravessado na entrada do CT e impediram o acesso da diretoria. Apenas jogadores e comissão técnica tiveram trânsito livre. Ainda assim, o treinamento acabou suspenso. Sem roupeiros, massagistas, boleiros e companhia, o técnico Mauro Fernandes optou por uma folga.

“Não sei a troco de que fizeram isso”, soltou, na ocasião, o presidente Petrônio Barradas, acrescentando que não tinha mágica para arrumar dinheiro. À noite, garantiu que pagaria no dia seguinte metade da folha de fevereiro e toda a do mês de março aos funcionários que recebem até R$ 600.

O impasse teria surgido porque nenhum centavo da renda no clássico do domingo anterior teve como destino o bolso dos profissionais tricolores. “Ficamos com apenas R$ 87 mil dos R$ 192 mil arrecadados na Fonte Nova. Além disso, eu tenho uma folha paralela de R$ 167 mil na Justiça para pagar ex-funcionários como Preto, Lula Pereira, Robgol e vários outros”, rebateu Barradas.

Para prevenir novos tumultos, a direção criou a figura da “Despesa Futebol Clube”. A cada partida com casa cheia era divulgada uma nota explicando o destino das receitas registradas no borderô do estádio.

Matéria publicada na edição de 24/12/2006 do jornal A Tarde

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