O que irrita é o descaso da direção, afirma médico

Na noite desta quarta-feira, uma entrevista do médico tricolor Adriano Fonseca resumiu em poucas palavras as crises financeira, técnica e moral enfrentadas pelo Bahia de Petrônio Barradas. Verdadeiro abnegado, o profissional demonstrou ter chegado ao seu limite e detonou a diretoria.

“Deixei de acompanhar a delegação nas viagens porque não posso mais deixar de trabalhar em hospitais pelo Bahia”, iniciou a conversa com o radialista Márcio Martins, da Transamérica FM. Disse, entretanto, que pior do ficar sem receber salário há 14 meses é a “crise política interna do clube”. “O que mais me irrita, na verdade, é a falta de conversa da diretoria. Não vejo ninguém chegar para dar uma satisfação. Não dão atenção, não fazem nada. Isso é um tipo de coisa desastrosa, que fere a gente por dentro”, desabafou.

Segundo Fonseca, o departamento médico sobrevive de doações. “Estamos com dificuldade até para comprar antinflamatório. Dia desses consegui 400 comprimidos com um amigo. A situação é a pior da história, já cheguei a receber um convite para trabalhar no Vitória, porém a gente vem fazendo o que pode para continuar freqüentando o Fazendão… Mas estou largando o Bahia. Ficarei apenas até o dia 29, por ser torcedor fanático do clube e em consideração ao diretor médico Marcos Lopes, que é uma pessoa digna”.

LAMENTÁVEL – No mesmo programa, o radialista contou que um funcionário procurou a direção do Bahia e, jogando as suas contas de água, luz e telefone atrasadas na mesa, disse que se não pagarem os 700 reais que lhe devem, em vez de viajar com o clube, vai correr atrás de um bico.

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