O Movimento Unidade Tricolor anunciou nesta quinta-feira a desistência das negociações com o Banco Opportunity, para a compra da Ligafutebol S/A., empresa que controla o Bahia S/A. Confira notícia do site da Associação Bahia Livre, sobre a entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira pelo grupo de oposição:
“O engenheiro Fernando Jorge Carneiro, candidato do Movimento Unidade Tricolor, nas últimas eleições, realizadas em novembro do ano passado, anunciou hoje (20.04), em entrevista coletiva no Hotel da Bahia, que o seu grupo suspendeu, no último dia 19, as negociações que vinha mantendo com o Banco Opportunity para a compra da Liga Futebol S.A., acionista majoritário do Bahia S.A.. “A proposta feita pelos atuais donos do Bahia, sob o comando de Paulo Maracajá, é irrecusável: eles assumem um passivo de R$ 52 milhões e o banco se livra para sempre de um problema. Para o Bahia, será o caos, porque, sem novos investimentos, sem um choque de gestão, a dívida explodirá e se tornará impagável”, explica Fernando Jorge Carneiro.
Participaram da entrevista-coletiva o ex-presidente do Bahia, Antonio Pithon, o ex-diretor de futebol, Luís Osório Vilas-Boas, os publicitários Fernando Passos e Ênio Carvalho, o advogado Pedro Barachisio Lisboa, o jornalista Nestor Mendes Jr, o empresário Durval Mesquita, o engenheiro e conselheiro Antonio Miranda, além da Associação Bahia Livre (ABL).
De acordo com Fernando Jorge Carneiro, representante oficial do Movimento Unidade Tricolor nas negociações com o Opportunity e com o pool de investidores, um acordo de confidencialidade exigido pelo banco impedia-o de se manifestar, até então, sobre os termos da negociação. “Ficamos sabendo pelo diretor do Opportunity, Arthur Carvalho, que desde o final de março um outro interessado entrou no páreo. Esse grupo, que é justamente o dos atuais cartolas e que se sentem donos do Bahia, vai nos atravessar no negócio somente para continuar no poder, sem investir um centavo sequer para tirar o Bahia dessa situação vexatória e humilhante em que vivemos”, diz o engenheiro.
A proposta acertada pelo Movimento Unidade Tricolor com o pool de investidores previa o aporte de R$ 10 milhões no Bahia, sendo que 50% na assinatura do contrato e a outra metade em 2007, condicionada ao Bahia subir para a Série B. “Os atuais donos do Bahia não vão colocar dinheiro novo, e ainda comprometerão a existência do clube por causa da inépcia e da má gestão. Sem dinheiro novo como é que será resolvido o passivo de R$ 10 milhões de dívidas de curto-prazo, salários atrasados, inadimplência com o aluguel da Fonte Nova, montagem de um time competitivo para conquistar a Série C?”, indaga o ex-diretor de futebol, Luiz Osório Vilas-Boas.
O publicitário Fernando Passos lançou um alerta: a marca Bahia está caminhando para morrer. “Uma marca se sustenta em dois pilares: um emocional e, o outro, racional. O emocional está em baixa, os torcedores estão descrentes, não querem saber do Bahia; as crianças ficam dizendo que torcem pelo São Paulo, pelo Santos. O racional, que é a gestão do clube, está caótico, em crise permanente. Se não houver uma mudança radical, o Bahia caminha para o fim, como aconteceu com o Ypiranga, o Galícia, o Leônico”.
Para o jornalista Nestor Mendes Jr., autor do livro que conta os 70 anos de história do Bahia, a dívida de R$ 52 milhões não é tão pesada quando comparada à destruição da imagem do clube. “Quem vai substituir a nossa geração daqui a vinte anos? Vivemos uma dificuldade que não é momentânea, mas crônica. Fizeram camisas e moedas pra `comemorar´ os 75 anos e a receita obtida pelo clube foi uma mixaria, por conta mesmo do descrédito da torcida com essa cartolagem que está destruindo o clube. O time pode até voltar a ganhar, mas quando estiver decidindo o título terá três meses de salários atrasados. Em 2004, o Bahia esteve perto de voltar à Série A, mas perdeu para o Brasiliense porque os salários não estavam em dia. Só Robert tinha três meses sem receber”, diz o jornalista.”
Nota do autor: Esta trágica notícia maximiza a necessidade de a sociedade baiana agir (e rápido), para que as próximas gerações não conheçam o verdadeiro Bahia (não o clube de Petrônio e cia. e sim o de Bobô, Beijoca, Marito, Charles, de vocês que lêem este texto, deste que vos escreve) apenas através do livro de Nestor Mendes Jr. ou dos DVDs de Albino Brandão…
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