P. Carneiro diz que a CBF parece um hospício

Na manhã desta sexta-feira, na sede da Praia de Armação, o presidente do Vitória-BA S/A, Paulo Carneiro, prestou um “esclarecimento” à imprensa esportiva e aos seus torcedores.

“Há 12 anos eu chamo a atenção para o fato de que os campeonatos estaduais são deficitários e não há futuro. Só três estádios na Bahia têm condições de sediar jogos profissionais: o Barradão, a Fonte Nova e o Jóia da Princesa, em Feira de Santana. Os demais não têm iluminação, não têm segurança, não têm onde os dirigentes ficarem, não têm vestiários, nem banheiros e o que predomina é a mais completa falta de higiene”, afirmou.

Sobre a possibilidade de desagradar aos torcedores não colocando a equipe principal para disputar o Baianão, o cartola disse que a renda proporcionada por eles corresponde a apenas 10% da receita do clube e, deste modo, não pode se basear somente na opinião do torcedor.

Ele declarou que quando era menino, organizava campeonatos na praia, faturando mais com a venda de cerveja do que o time de Canabrava ganhou com o Estadual de 2002.

Carneiro lamentou ainda a maneira “irresponsável como a CBF resolveu acabar com o Campeonato do Nordeste, com o apoio velado das federações estaduais”. No ano passado, esta competição rendeu ao Vitória-BA R$ 1,5 milhão. O faturamento total do Nordestão em 2001 foi de R$ 10 milhões; em 2002, de 16 milhões e em 2003 estava prevista a arrecadação de R$ 20 milhões.

“Mas o Campeonato do Nordeste não vai acabar não, tenho autorização unânime dos dirigentes dos clubes para entrar na Justiça e buscar a viabilização comercial. Acabar com o Nordestão é uma violência contra os clubes da região”.

E o dirigente rubro-negro finalizou, referindo-se claramente à Confederação Brasileira de Futebol: “Quem acha que isso está certo deve ser internado em um hospício”.