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Pituaçu: Conder não tem mais previsão para obras

Notícia
Historico
Publicada em 20 de maio de 2008 às 07:16 por Da Redação

De Adilson Fonsêca, no jornal A Tarde desta terça-feira:

“A primeira conseqüência direta da briga entre trabalhadores e patrões do ramo da construção civil nas obras de reforma do Estádio de Pituaçu é que este não será mais reinaugurado dentro do prazo previsto, no início do próximo mês de agosto.

Quem dá a notícia, para desespero da torcida tricolor, é a própria presidente da Conder (Companhia de Desenvolvimento Urbano da Bahia), empresa do Estado que é responsável pela intervenção, Maria Del Carmen. Segundo explicou, mesmo com todos os esforços que vêm sendo feitos, ela dificilmente terá como cumprir a data estipulada.

Para se ter uma idéia, desde o início da obra, em 21 de janeiro, até hoje, foram passados 119 dias, mas destes, apenas 64 foram efetivamente trabalhados. Nos demais, ou a obra foi paralisada por causa das chuvas, ou por conta da greve dos operários. Ontem de manhã, por exemplo, o Sindicato da Construção Civil

Pesada (Sintepav) fez nova manifestação na porta do estádio, impedindo que a maioria dos trabalhadores pudesse entrar no canteiro de obras.

A presidente da Conder explicou que “somente um milagre” fará com que elas sejam entregues no prazo. E acrescentou que cada dia de chuva significa pelo menos três dias a mais de trabalho. “E com as greves, já não garantimos mais o prazo”, disse.

ROMBO – Conforme avaliações dos engenheiros da obra, 40% da infra-estrutura do novo estádio já foram feitos. Mas a grama, por exemplo, que deverá ser plantada até o próximo dia 31, para que em 60 dias possa estar em condições de ser utilizada nos jogos, ainda depende da conclusão da construção das arquibancadas do anel inferior e da pista de atletismo, para que todo o terreno destinado ao campo em si seja desobstruído de materiais. E isso ainda não foi feito.

Além do atraso, Del Carmem disse que a obra, cujo custo inicial previsto era de R$ 22 milhões, poderá chegar a uma soma final de R$ 30 milhões, por causa de detalhes que não tinham sido incluídos no planejamento inicial, o que gerará uma elevação de pelo menos 20% do valor inicial.

Ainda de acordo com a presidente da empresa, o que está havendo é uma briga entre os dois sindicatos dos trabalhadores do setor: o Sitracon, que cuida da construção civil em si, e o Sintepav, responsável pelo ramo da construção pesada. “A obra do estádio não é construção pesada pois, de acordo com a convenção de trabalho da categoria, estádios e quadras cobertas não são construções pesadas”, completou.

Polícia Militar precisou intervir

Ontem, pela manhã, em mais uma manifestação dos trabalhadores que vêm paralisando as obras de Pituaçu desde a última sexta-feira, o Sindicato da Construção Civil Pesada (Sintepav) fez piquetes na entrada do estádio. A Polícia Militar foi chamada pelos diretores das empresas e houve atritos com os sindicalistas, que colocaram correntes na porta do canteiro de obras.

Dos 480 operários envolvidos no projeto, apenas 80 conseguiram entrar e, mesmo assim, com o apoio da PM. Na briga com os representantes das cinco empresas que cuidam da obra – Dag, Ebrae, Ghia, NM e WB -, os manifestantes chegaram a entrar em atrito, o que forçou a intervenção policial.

Um dos diretores do Sintepav, Adalberto Galvão, explicou que as manifestações dos operários devem-se ao fato de que a NM Construções, a maior das cinco companhias da obra, e que cuida da parte de construção das arquibancadas e dos vestiários, não vem cumprindo uma série de itens do acordo de trabalho assinado em abril. “Os operários trabalham sem botas, não recebem vale-transportes, vale-refeição e cesta básica”, disse.

Na briga com os representantes da NM Construtora, os sindicalistas colocaram um carro de som conclamando à paralisação, enquanto, do lado de dentro da obra, os representantes da empresa colocaram um outro carro de som, anunciando que quem quisesse trabalhar teria a proteção da polícia e a garantia de não haver quaisquer punições.

Hoje, a partir das sete horas, os trabalhadores fazem assembléia na entrada do estádio. A esperança da torcida do Bahia era de que o jogo contra a Ponte Preta, válido pela 16ª rodada Série B, dia 5 de agosto, marcasse a reinauguração da praça esportiva. Agora, pelo visto, a situação só vai ocorrer pelo returno do Brasileiro. E ainda existe processo na Justiça questionando a ausência de licitação”.

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