Pituaçu: Torcida segue com a maioria dos ingressos

De Nelson Barros Neto, no jornal A Tarde desta quinta-feira:

“Famoso pela irreverência, o blog Pulga na Orelha não perdoou: ‘Esperto’ Clube Bahia. “O Bahia queria uma grana pra jogar no Barradão. Ou seja, queria ser o inquilino e ainda receber o aluguel! Depois, fez pressão pro governo adiantar as obras de Pituaçu… É o bolsa-estádio! Está tão confiante que resolveu vender, sem autorização, os ingressos para um jogo não marcado. (…) Devia abandonar o futebol e virar especulador na bolsa”.

“E daí?”, dá de ombros parte da torcida mais presente às arquibancadas nas três divisões do Brasileirão 2007. Dos 1.253 bilhetes vendidos em menos de seis horas, na última terça-feira, 16, 649 continuam com quem os adquiriu. O dinheiro já vem sendo devidamente devolvido na sede de praia tricolor, mas a maioria prefere confiar que dia 18 de outubro haverá o jogo contra o Corinthians no remodelado estádio.

Não por acaso, a sede baiana do Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (Procon) ainda não registrou nenhuma queixa referente à “propaganda enganosa” aludida pelo órgão. Segundo a coordenadora de atendimento Adriana Menezes, a menos que uma pesquisa completa em todos os postos a desminta, ela não havia tomado conhecimento de nada.

Enquanto isso, seguem as obras na aguardada praça esportiva. Após a comercialização precipitada do Bahia, não foram poucos os que lembraram da tragédia da Fonte Nova, quando a busca incessante por casa cheia resultou na morte de sete torcedores do clube. Agora, porém, a presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder), Maria del Carmen, garante: todas as medidas de segurança estão sendo tomadas.

“Buscamos que o estádio atenda a 100% das exigências do Estatuto do Torcedor, sem falar na vantagem de Pituaçu ficar amparado em um terreno”, diz a responsável pela reforma, acrescentando que todos os “coeficientes de segurança” foram observados – e esse seria justamente “um dos motivos do aumento dos custos, que tanto se falou”.

Também se teria melhorado o recobrimento das arquibancadas, aumentado a quantidade de concreto e aperfeiçoado a estrutura metálica. “O efeito Fonte Nova fez com que tivéssemos um reforço especial com a segurança”, assegurou Maria, prometendo que haverá, sim, o sistema de monitoramento de câmeras, “nem que seja algo alugado”.

Já o processo que pede o embargo dos trabalhos permanece parado, a exemplo das negociações entre a Sudesb e a Petrobras, fornecedora das cadeiras e do placar. “Estamos esperando o parecer jurídico deles”, explica Bobô, diretor da autarquia”.