Do anúncio da reforma até o seu início, em 21 de janeiro, tudo foi muito rápido – exatos dez dias. Não por acaso, pouco mais de um mês depois de os primeiros operários e escavadeiras pintarem no terreno, as promotoras Rita Tourinho e Heliete Viana ajuízaram ação civil pública questionando ausência de licitação para realização da obra.
Chegou-se a pedir a suspensão dos trabalhos, em caráter liminar. Até hoje, porém, o juiz Ricardo D´Ávila ainda não se manifestou sobre o midiático caso.
O tempo passa, já houve três paralisações dos funcionários, vira e mexe as chuvas atrapalham, mas o que vem preocupando a torcida do Bahia, maior interessado na conclusão do novo Estádio Roberto Santos, é justamente a data para a reinauguração da praça esportiva.
Semana retrasada, o governador Jaques Wagner surpreendeu ao declarar à Rádio Sociedade que tudo estaria pronto conforme o prazo fixado no começo do ano: 21 de julho. Na última sexta-feira, contudo, voltou atrás para a concorrente Excelsior: “Pituaçu só em setembro”.
A reportagem procurou ontem a presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder), responsável pelo projeto, Maria Del Carmen, que além de confirmar a demora, laconicamente acrescentou: “E apenas no final daquele mês… Não posso precisar o prazo exato porque cada dia de chuva representam três de atraso”.
Assim, se tudo der certo, São Pedro der uma mãozinha e o sindicato dos trabalhadores da construção civil também ajudar, o Esquadrão de Aço perderia “somente” mais nove partidas em seu novo mando de campo, nunca antes tão aguardado em função da tragédia da hoje interditada Fonte Nova. Isso, vale dizer, considerando-se que “final de setembro” já pode ser dia 20, quando o time de Arturzinho recebe o Ceará. Até lá, a tabela da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vai agendando os confrontos tricolores para o Jóia da Princesa, em Feira de Santana.
“A gente tem é que esperar, nós não temos outra opção. O governo está fazendo o possível”, limitou-se a comentar o diretor de futebol Ruy Accioly, questionado a respeito da novidade.
GRAMADO – Segundo Maria Del Carmen, as arquibancadas estão “praticamente concluídas”. Um patrocinador que não pode ser revelado ficou de arranjar os assentos, além do placar eletrônico. Preferiu-se `cadeiras sem recosto´ para não diminuir ainda mais a capacidade, atualmente em 13 mil pessoas e que no futuro próximo aumentará para 32.400, e não 34 mil pessoas, “por motivos de segurança”.
Os gastos, outrora estabelecidos em R$ 21,8 milhões, vão subir em mais de 20%. A chefe da Conder optou por não falar exatamente quanto. “É que tudo será alterado”, argumentou. Sobre o campo, resolveu-se já plantá-lo na Paraíba e trazê-lo de caminhonete, para diminuir de 60 para 30 dias de implantação.
É torcer para que o recente episódio visto em Criciúma, quando tufos de grama voavam a cada chute, não se repita em Salvador.
Matéria publicada originalmente, por esse mesmo autor, na edição desta terça-feira 1º/7/2008 do suplemento A Tarde Esporte Clube
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