Confira matéria abaixo da agência Futebol Interior. Qualquer semelhança com o que vem ocorrendo em Itinga não é mera coincidência.
“O Conselho Gestor (CG) já é passado no Guarani, mas surgiu uma esperança para a sofrida torcida bugrina que viu seu time ser rebaixado três vezes nos últimos anos: o presidente José Luiz Lourencetti pode sofrer um processo de impeachment.
Pelo menos é o que acha Carlos Corrêa, ex-membro do CG e que deixou a reunião do conselho deliberativo, nesta terça-feira à noite, animado com a convocação de uma Assembléia Geral (com participação dos associados) para a próxima semana. Os sócios poderão decidir pelo afastamento do presidente, acusado pelo CG de mal uso do dinheiro do clube, irregularidades fiscais e má administração. Para que o processo de impeachement possa ocorrer, mais de dois terços dos sócios pagantes precisam votar a favor. Hoje são cerca de 1300 sócios em dia com suas mensalidades.
Antes determinado a permanecer em seu cargo a qualquer custo, chegando a dizer que só deixaria o clube se fosse morto, o presidente bugrino teve um discurso um pouco diferente ao final da reunião.
“Preciso pensar sobre tudo que aconteceu e refletir. Vamos ver”, deixou o no ar Lourencetti.
No caminho até o carro, justo momento quando a chuva apertou na cidade de Campinas, como se quisesse lavar toda a sujeira que se alastrava no Brinco de Ouro, gritos de repúdio ao atual presidente foram claramente ouvidos.
A reunião do conselho foi bastante concorrida. Marcada para começar às 19 horas, em primeira convocação, começou por volta das 20 horas. No livro de presenças constavam 94 conselheiros, devidamente registrados sob o controle do presidente em exercício, José Célio de Andrade, que substitui a Carlos Tozzi, afastado por problemas médicos e pessoais. O quórum pode ser considerado bom, tendo em vista que uma reunião corriqueira carrega apenas de 30 a 40 conselheiros.
A reunião só acabou às 23 horas, quando então não havia mais do que uma dúzia de torcedores no Brinco de Ouro. Era um cenário bem diferente do início da noite, quando o presidente escapou de ser agredido e foi bastante apupado por um grupo de quase 50 torcedores, entre eles alguns líderes de torcida organizada. Alguns portavam uma faixa já manjada nas arquibancadas do Brinco de Ouro em dias de jogos: Chega de incompetência!. Completavam o clima de incertezas um corpo de cerca de oito seguranças e, nas cercanias do Brinco de Ouro, uma viatura do Garra, que chegou a deter alguns exaltados.
Conselho cumpriu a promessa
Os membros do Conselho Gestor cumpriram a promessa de anunciar aos conselheiros os erros administrativos do presidente Lourencetti, desde que assumiu o clube em 1999. O ponto alto da exposição foi um resumo da auditoria feita pela Price, empresa especializada, que constatou mais de 80 irregularidades contábeis e financeiras.
Dos cinco membros do CG, apenas estava ausente Álvaro Negrão, alegando uma hérnia de disco. Além disso, como não é sócio e nem conselheiro e tinha sido demitido pelo presidente na segunda-feira, ele estava proibido de participar da reunião. Os demais membros compareceram, inclusive os vices-presidente Luiz Alberto Ferrari e José Carlos Meloni Sicolli. Eles entregaram seus cargos, inclusive os de vice-presidente eleitos, para demonstrar a insatisfação com uma série de desmandos e descontrole existente no clube. O mesmo fizeram também Carlos Corrêa e Waldemir de Paulo.
Em sua saída do estádio, os conselheiros mostravam, além de insatisfação por não terem conseguido o objetivo final, que era a renúncia de José Luiz Lourencetti, uma tristeza por abandonar o clube do coração.
“Ficamos tristes, mas deixamos o Guarani hoje para voltarmos quando houver diálogo”, explicou Waldemir de Paulo.
Carlos Corrêa ainda se mostrou indignado com a demissão à revelia do gerente de futebol Pedro Pires de Toledo.
“É de se indignar, pois o Pedro cedeu de graça sua experiência para o bem do Guarani e ele fez isso meramente por política”.
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