Preto rouba a cena e tece críticas ao Esquadrão

Auditório Ogum. Grupo de trabalho sobre planejamento do futebol profissional. Encerrada a exposição do economista e presidente da Ebal, Reub Celestino, eis que surge o meio-campista Preto “Casagrande”para compor a mesa. Jogador com quatro passagens pelo tricolor, a última no segundo semestre do ano passado, Preto “botou a boca no trombone” em um relato sobre as atuais condições do clube.

“Vim por estar radicado na Bahia e gostar do Bahia, onde vivi tantas glórias”, explicou, aproveitando para reclamar do fim do Campeonato do Nordeste, mais recente conquista do Esquadrão, em 2002, quando o ex-camisa 5 estava no time. A partir daí, iniciou a série de críticas.

“O Bahia parou no tempo. Quando cheguei pela primeira vez, no final de 2000, fui apresentado no luxuoso Suarez Trade, cheio de computadores e funcionários. Agora, nessa última ocasião, só havia três pessoas trabalhando e dois computadores, sendo que um estava quebrado, lá no Fazendão. Eu pensei: ‘Nossa senhora, olha onde eu vim parar! Cadê aquele clube que achei que cresceria?’”, disse, acrescentando que avistar o Centro de Treinamentos azul, vermelho e branco, hoje, “é uma tristeza”.

Segundo Preto, o estado do Fazendão dá para assustar. “Alimentar-se no Bahia é um drama. Ano passado, um dia teve cachorro-quente e foi a glória para os jogadores”, afirmou, enquanto cobrava investimento no CT e nas divisões de base. A seu ver, o caminho para a mudança.

“Respeito um cara como o Maracajá, que me deu várias oportunidades. Não tenho nada contra ele. Mas o que o Bahia oferece a seus sócios? Nada. O campo do Fazendão não tem o mínnimo de condição para se jogar futebol. A sala de fisiologia no Bahia desapareceu”, resumiu, para uma platéia de uma centena de pessoas, mesmo público dos outros dois grupos de trabalho da conferência.