O momento é de reconhecer os erros. A falta de experiência atrapalhou os planos de voltar do Recife com mais três pontos na bagagem, mas não foi só isso. O histórico da situação remete ao início da temporada. O alerta do técnico Procópio Cardoso para a falta de planejamento no clube foi reforçado pelo zagueiro Reginaldo na tarde de ontem.
A experiência dos dois aponta para os mesmos fatores: mudanças de diretoria, comissão técnica e jogadores; promessas não cumpridas; salários atrasados. Uma confluência de elementos negativos que acabam por influenciar o desempenho da equipe em campo.
Discurso ainda mais realista porque não tirou dos ombros dos atletas a responsabilidade. “O professor está fazendo um bom trabalho, mas chegou agora no final. Os jogadores sim, têm pelo menos 50% de parcela de culpa”, admitiu o capitão Reginaldo. “Agora, além de fazer a nossa parte, temos que ficar na torcida”, completou.
O zagueiro lembrou que, apesar das dificuldades, o time ainda pode terminar a 19ª rodada fora da zona do rebaixamento. O momento é mesmo de torcer e fazer contas. Também nesse quesito, as palavras de capitão e treinador pareciam orquestradas. “Acredito que com, mais quatro pontos estamos livres”, disse Reginaldo. “Nós ainda só dependemos de nossas próprias forças. Basta uma vitória e um empate”, concordou Procópio, com um olho no Santo André e outro em 2006.
Ao contrário do que se especula, o treinador aposta em um trabalho de antecipação para o ano que vem. O exemplo veio do modesto Ipatinga, do interior de Minas Gerais, atual campeão estadual. “Em 2004, quando estava no Atlético-MG, a gente fez algumas partidas no estádio Ipatingão pelo Campeonato Brasileiro e o time deles já estava se preparando. O resultado foi o título em 2005”, explicou. O torcedor baiano não precisa ir tão longe. O Ipitanga também se programou e deu trabalho no Campeonato Baiano.
Resta saber se a diretoria terá “bala na agulha” para planejar o 2006 ainda em 2005. Serão quatro meses de ostracismo a partir do dia 11 de setembro. Pior, caso o time acabe na terceira divisão, o clube pode dar adeus às cotas de televisão. Uma coisa é certa: a partir do ano que vem, o auxílio do Clube dos 13 cessa. Depois do segundo ano de Série B, o Bahia perde o direito.
Começa aí um trabalho muito mais investigativo, minucioso. Medalhões, nem pensar. A sugestão do técnico é garimpar Brasil afora talentos para mesclar com os jogadores formados na base. Em suma, mais planejamento para só abrir os cofres na hora certa.
Correio da Bahia (Adaptado)
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