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Público Zero prejudicado pelo Sua Nota É Um Show

Notícia
Historico
Publicada em 18 de janeiro de 2007 às 04:38 por Da Redação

De Lucas Esteves, no portal A Tarde On Line: `O boicote organizado pelas associações de oposição à atual diretoria do Bahia não resistiu à baixa nos preços dos ingressos. Segundo a Sudesb, quatro mil torcedores estiveram na Fonte Nova, nesta quarta-feira, para presenciar o triunfo sobre o Camaçari.

Foto: Edmar Melo / A TardeA campanha “Público Zero”, organizada com o propósito de forçar o presidente Petronio Barradas a renunciar, esbarrou no desespero dos cambistas, que venderam os 10 mil ingressos adquiridos gratuitamente através do programa “Sua Nota é um Show” pela bagatela de um real. No câmbio oficial, o ingresso custava R$ 10, mas com a procura menor que a oferta, as bilheterias do estádio ficaram às moscas.

A argumentação de diversos partidários da campanha para tentar demover tricolores “pelegos” da tentação foi apelar para a bebida mais apreciada pelos fãs da redonda. “Não entre, fique aqui fora e gaste o dinheiro que você usaria com o vale show para comprar várias cervejas”, apelava um panfletário. Mas a economia não rendia nemsequer uma gelada. Enquanto a latinha de cerveja mais barata custava R$ 1,25, os vale-shows eram comercializados a R$ 1. Houve quem garantisse ter pagado até por R$ 0,50 pelo ingresso.

Para completar, quem ficou do lado de fora votou por não ouvir a transmissão da partida pelos alto-falantes e preferiu cair no pagode. O som do trio elétrico invadiu as arquibancadas, transformando a partida de baixa qualidade técnica no gramado em um divertido espetáculo.

LANCE-A-LANCE – A concentração, que começou às 18h, só esquentou mesmo depois das 20h, com a chegada de locutores para gritar palavras de ordem e uma banda de pagode encarregada de tocar o hino tricolor ininterruptamente. Enquanto isso, os torcedores que ousavam entrar no estádio, alheios à movimentação, foram duramente criticados pelos manifestante com vaias e xingamentos.

Entre os mais exaltados, o ex-árbitro de futebol Dilson Souza, 50 anos, acusava os tricolores que entravam de não serem a verdadeira torcida do Bahia. “Quem veio hoje foi quem sabia que o ingresso ia baixar e trouxe a família. Um monte de gente que nunca veio à Fonte Nova e agora está alimentando esta diretoria sanguessuga”, bradou. Entre um xingamento e outro, as agressões da noite foram “puxa-saco”, “víuva” e “lambe-tetas” de Paulo Maracajá, o nome mais lembrado da noite.

Os manifestantes classificaram a abordagem como “democrática”. “Aqui é só paz. Estamos tentando alertar os torcedores sobre quem está por trás do Bahia atualmente, não há nenhum tipo de violência”, alegou o comerciante Orlando Salles, para quem os xingamentos representavam “casos isolados, quase não estão acontecendo”, opinava.

Quem entrou no estádio tinha um argumento difícil de bater. “Sou torcedor, não sou puxa-saco. Isso aqui – exibe o escudo na camisa – é mais forte que qualquer política”, gritou um antigo tricolor que se irritou com o assédio de quem entregava panfletos e tentava impedir sua passagem. Alguns aconselharam ao movimento que protestasse em frente ao Fazendão ou mesmo em frente ao apartamento de Petrônio Barradas.

Líder máximo da passeata que reuniu milhares de tricolores em dezembro, o cantor Cid Guerreiro estava decepcionado com o que via, mas alegou que a liberdade a democracia eram as principais marcas do movimento. “Estas pessoas que entram no estádio não amam o Bahia.

Amar este time é ficar aqui fora e ajudar o movimento a bater a meta do público zero. É saber que chega uma hora em que temos que saber que temos força no processo. Mas cada um faz o que acha mais certo”, reclamava.

O porteiro Manoel dos Santos, torcedor tricolor desde 1975, aderiu ao movimento, mas percebeu logo que se divertiria mais se gritasse “bora Bahêa” dentro da Fonte do que “abaixo Petrônio” do lado de fora. “Saí do trabalho 17h45 para chegar aqui na concentração. Fiquei de fora até perto do jogo começar, mas eu vi que o protesto não ia para frente. Acredito no movimento, acho que ele é válido, mas percebi que teria mais gente dentro do estádio”, confessou. Para completar, ainda pôde depositar um tiquinho de emoção no time da sua cidade natal, Camaçari, que chegou a ameaçar o Tricolor de Aço.

No fim das contas, 4 mil pessoas dividiram as arquibancadas da Fonte, contra pouco mais de 500 que insistiam em xingar os torcedores que assistiram à partida e clamar pelo seu retorno ao lado de fora. Mas os oposicionistas garantem que o protesto continuará e que a meta de público zero será batida cedo ou tarde. “Ficaremos aqui em todos os jogos até que todos saibam que podem fazer mais pelo Bahia”, declarou o ex-árbitro Dilson Souza´.

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