De Nelson Barros Neto, no jornal A Tarde desta quarta-feira:
“Sábado, dez de setembro de 2005. Lá se vão três anos. Em Brasília, o deputado Severino Cavalcanti, acusado de corrupção, garantia que não renunciaria à presidência da Câmara. Em São Paulo, o ex-prefeito Paulo Maluf se apresentava à Polícia Federal após ter a prisão decretada.
Em Madri, Robinho vestia pela primeira vez a camisa do Real. E, em Salvador, véspera do quarto aniversário do atentado terrorista ao World Trade Center, torcedores da dupla Ba-Vi choravam juntos a queda das torres gêmeas do futebol estadual.
Choros diferentes, vale registrar.
Tricolores e rubro-negros terminaram rebaixados igualmente à inédita e vexatória Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro, mas os sentimentos reinantes em cada lado chegaram a contrastar.
Além de a confirmação da queda do Bahia ter acontecido minutos antes, o desfecho já era o esperado por todos. Vindo de péssimos resultados, há muito lutando contra a degola, o clube precisava vencer o Paulista, dentro de Jundiaí, e ainda contar com outros resultados. Levou 3 a 2 e deu adeus à Série B.
O Vitória, não. Apesar do empate em 3 a 3 com a Portuguesa, jogadores, torcida e imprensa respiraram aliviados ao apito final da partida no Barradão. O rubronegro só havia começado a tropeçar há pouco tempo. E tinha começado a 21ª rodada acima da zona temida.
Naquela época, porém, seis equipes caíam. E, nos acréscimos, em jogo de polêmica arbitragem em Santa Catarina, o concorrente CRB virou para cima do Criciúma, com gols meteóricos, e o rubro-negro foi o 17º entre 22 participantes.
Para completar o drama, a revolta do então presidente Paulo Carneiro encontrou o goleiro Felipe, hoje no Corinthians, que alegou ter sido chamado de preto safado. No dia seguinte, foi à polícia depor. Atualmente, o processo está parado na Justiça.
A diferença é que enquanto Carneiro saiu da Toca, a mesma direção segue até hoje no Bahia.”
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