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“Quem matou ele foi o Bahia”, garante irmã do Anão

Notícia
Historico
Publicada em 2 de fevereiro de 2010 às 11:04 por Da Redação

De André Uzêda, no jornal A Tarde desta terça-feira:

“Sintomático, Evilásio Ferreira Souza, ou simplesmente o “anãozinho do Bahia”, foi atropelado no mesmo dia em que a maior paixão da sua vida, o clube que acompanhava desde pequeno, padecia humilhante em campo, diante – que ironia – de um próprio Bahia, o de Feira, pelo placar de 5 a 3. Ontem, no enterro do torcedor símbolo, no Cemitério Quinta dos Lázaros, parentes, amigos e

outros tantos companheiros de arquibancada, da antiga Fonte Nova, ou de Pituaçu (no Barradão ele não punha os pés) prestaram a última homenagem a Evilásio.

Sob as vestes do Esquadrão e cantando o hino do tricolor, os presentes despediram-se do carismático anãozinho. Bandeiras do bicampeão brasileiro e outros tantos adereços do clube enfeitaram seu caixão, enquanto o destino também se encarregava de prestar sua última referência: a cova do seu repouso foi aleatoriamente escolhida com o número ‘940’.

Ignorando o zero, remete ao ano da última campanha digna do Bahia dentro de campo. Ano do gol de Raudinei, aos 46 do segundo tempo, sobre o Vitória, na final do Baiano, e, também, da classificação para as fases finais do Brasileiro, sob o comando do treinador Joel Santana. Depois viriam uma série de lástimas e fracassos sucessivos, que em nada combinavam com o espírito festeiro característico da sua personalidade.

No registro do seu óbito, segundo revela sua irmã, Sônia Maria Souza, o acidente, sofrido por volta das 19 horas de domingo, na Avenida Bonocô, não foi determinante para seu falecimento. “O carro que pegou ele só machucou seu antebraço. Ele teve foi uma parada cardíaca… Quem matou ele foi o Bahia. Era apaixonado por aquilo lá, ficava muito nervoso quando perdia”, desabafou, com os olhos marejados.

O apagar dos símbolos

O anãozinho nasceu no dia 19 de setembro de 1955. Aos quatro anos, portanto, já assistia seu “Bahêa“ conquistar o primeiro título da Taça Brasil, sobre o Santos de Pelé, no Maracanã, em 29 de março de 1960. Fato marcante na infância que sustentam a hipótese – não muito plausível, mas bastante poética– de ter sido fundamental para Evilásio ter desistido de crescer.

Catequizador, transformou sua sobrinha Stephani Patrícia, de 18 anos, em torcedora do Esquadrão. ”Eu era Vitória antes, mas ele falava tanto que me fez torcer para o Bahia. Acho até que estava certo“.

Nos anos 1970, agarrado nas pernas de outro símbolo da massa azul, vermelha e branca, o ”mandingueiro“ Lourinho, mexeu com o imaginário dos tricolores, à época de um Bahia guerreiro em campo.

O antigo companheiro das jornadas hoje reside no Piauí. Fez sua última aparição no Estado no dia do jogo comemorativo dos 20 anos do título de 1988, ano passado, em Pituaçu. Debilitado, se locomovia auxiliado por cadeira de rodas.

Sem preocupação

O site oficial do Bahia, publicou uma nota de pesar ao falecimento do anãozinho tricolor. Segundo a irmã Sônia, Marcelo Guimarães Filho, presidente do clube, ligou para os familiares prestando solidariedade e prometendo enviar bandeiras do clube para o enterro. ”Ele prometeu, mas não mandou foi nada… Evilásio foi quem sempre deu a eles. Eles nada…”

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