Rafael fala em cobranças e pede intensidade 100%

O volante Rafael Miranda, um dos mais experientes jogadores do elenco, foi entrevistado na manhã desta sexta-feira, véspera do jogo contra o São Paulo, pelo Campeonato Brasileiro. Com 64 partidas pelo Tricolor, Miranda reconheceu que o momento não é bom e que a equipe precisa reagir para não se arrepender no futuro.

Consciente da situação complicada, o meio-campista afirmou que o grupo precisa de força máxima para recuperar os pontos perdidos no Brasileirão. Segundo Rafael Miranda, a campanha pífia do primeiro turno é a principal causa para a colocação amarga que o Bahia ocupa.

Veja a resposta do atleta por tópicos:

DEDICAÇÃO

Ao meu ver nunca faltou. Claro que dentro do jogo sempre podemos dar algo a mais, fazer algo diferente. Se terminamos cansados, temos que terminar exaustos. Não vejo que está faltando raça. Na situação do jogo as vezes você acaba ficando tímido, não sei se é a palavra certa, inibido pela situação que está ocorrendo, errando muito e você acaba passando ao lado do jogo. Mas com certeza nesse momento tem que sair algo a mais, tem que sair algo diferente. Não temos mais gordura para queimar. Eu vejo por esse lado. Temos que procurar algo diferente, mas não vejo que tenha faltado dedicação ou raça.

SALÁRIOS ATRASADOS

Durante o jogo, nos 90 minutos, eu tenho certeza que não influencia. Dentro do jogo você não consegue pensar em outra coisa. É óbvio que durante a semana isso influencia de alguma forma pois existem comentários e as vezes você está preocupado com a situação financeira, com alguma conta que você tenha feito. Mas durante os 90 minutos a gente nem lembra o que está acontecendo. É como se fosse um mundo a parte. Mas tenho que ser sincero, influencia sim na preparação.

CÁLCULOS

Não tem jeito né. Faltam apenas 10 jogos. Então tem que fazer contas. A situação é chata. A campanha é ruim, talvez mais do que isso. Mas sofremos muito no primeiro turno, vencemos três partidas e agora estamos pagando no segundo turno. Nossa campanha do segundo turno tem que ser campanha de Libertadores e essa é a nossa meta para sair dessa situação. Mas estamos sim com a calculadora na mão. Ainda dependemos só de nós, isso é o melhor de tudo. Só dependemos dos nossos resultados.

SÃO PAULO

Claro que eles tem jogadores decisivos, um ataque preciso, de muita qualidade. mas nossa equipe fez grandes jogos contra equipes teoricamente melhores ou que estão na parte de cima da tabela. Então, eu vejo a dificuldade como o jogo contra o Chapecoense, que acabamos perdendo. No Brasileiro você não escolhe adversário, mas contra essas equipes temos feito bons jogos independente do resultado. Isso dá uma esperança para nós.

COMO ESCAPAR

É complicado você falar, pois vai parecer aquele bordão de jogador que é treinamento, dedicação, apoio do torcedor. São coisas meio que óbvias. O que eu vejo é que as vezes a ansiedade das coisas darem certo, a cobrança que é natural isso pode estar atrapalhando a gente. Jogadas simples que fazíamos a ansiedade pode estar afetando. Mas isso não é uma escolha. Temos que enfrentar a situação desta forma. Então, é difícil detalhar. É isso, ter tranquilidade e a intensidade tem que ser 100%. Não podemos sair do jogo mais ou menos cansados, temos que sair exaustos para valer a pena o sacrifício e não se arrepender do que possa acontecer.

SUL-AMERICANA

É ruim porque tínhamos um plano. Víamos uma possibilidade de chegar numa final e depois tudo poderia acontecer isso incomoda. A confiança diminui um pouco. Por outro lado, tentando ver alguma coisa positiva nesta situação toda é que no mês de novembro poderíamos ter jogos domingo e quarta e talvez na primeira vez no ano teremos uma semana inteira para trabalhar com o Gilson. Ele talvez não tenha tido uma semana toda para trabalhar.

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