Texto publicado na véspera do jogo de ida, antes do Carnaval
Desconhecido da maior parte da torcida do Bahia, o Ceilândia Esporte Clube, sediado na cidade-satélite de mesmo nome, a 26 km de Brasília e repleta de migrantes nordestinos, foi fundado em 1963, sob a alcunha de Dom Bosco Esporte Clube. A nomenclatura atual só veio em março de 1978 e, por sugestão da deputada Maria de Lourdes Abadia, seu distintivo acabou alterado. Trocou-se a águia pela caixa d´água símbolo do município, presente até hoje.
O time, que atua de camisas, calções e meiões brancos, tem o Gato Preto como mascote. A curiosa origem do nome Ceilândia possui raízes políticas.
Em 71, o governador do Distrito Federal, Hélio Prates da Silveira, resolveu retirar aqueles que chamava de invasores da região nobre de Brasília, muitos deles pioneiros da construção da nova Capital. Dizem que o político se sentia deprimido ao ver favelas tão próximas do círculo do poder. Como o povoado foi organizado pela Companhia de Erradicação de Invasões, ganhou a pejorativa alcunha de CEI-lândia, vinculado à Administração de Taguatinga.
A equipe candanga vive a melhor fase de sua história, ao contrário do Bahia. Vice-campeã do Campeonato Metropolitano do ano passado, assegurou vaga para estrear na Copa do Brasil. A ascenção foi reiterada na Série C 2005, quando só terminou eliminada na fase imediatamente anterior ao quadrangular final, pelo Ipatinga. E diferente do que podiam acreditar os mais céticos, o alvinegro vem mantendo suas boas atuações. No Estadual 2006, os comandados de Mauro Fernandes lideram seu grupo, já com vaga garantida para a etapa decisiva. Também possui o artilheiro do certame, Jonhes, que com excelente jogo aéreo já marcou 8 gols. Os lances pelo alto são mesmo o forte do Ceilândia: o zagueiro Adriano já anotou 4 tentos, todos de cabeça.
Mas mesmo na última divisão do futebol nacional, o Tricolor ainda assusta. Tanto que o técnico compareceu à Fonte Nova no domingo e assistiu ao triunfo diante do Itabuna por 3 a 1. São duas as dúvidas para o confronto pré-carnavalesco. No meio, uma questão tática, entre o volante Didão e o armador Marcelo Sá. No ataque, Reinaldo já está recuperado de uma contusão na panturilha direita, porém continua preocupando. “Ele treinou até bem nesse início de semana. Mas, obviamente, vai sentir o ritmo de jogo”, avalia.
O estádio em que o clube manda os seus jogos, o Abadião, passou por uma recente reforma e agora pode receber 5.000 pessoas. Também foram aprimorados o sistema de iluminação e as condições do gramado. Como a venda de ingressos (foto) começou há uma semana, a expectativa é que o palco do embate esteja comportando carga máxima.
Leia também
Buscando marcar, Ceilândia vem de derrota em casa
Torcedor radicado em Brasília analisa o Ceilândia!
comentários
Aviso: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do ecbahia.com.
É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral, os bons costumes ou direitos de terceiros.
O ecbahia.com poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios
impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.