Conforme antecipado nesta sexta-feira pelo vice-presidente Valton Pessoa, a reestruturação do Bahia foi iniciada pelas categorias de base, com a demissão do coordenador Carlão. Ele, que substituiu Newton Mota, ainda durante a gestão do ex-presidente destituído pela Justiça, tinha contrato de cinco anos com o clube. Carlão começou sua carreira como olheiro (descobridor de talentos) e ultimamente estava subordinado ao superintendente das Divisões de Base Miguel Kertzman. Confira na íntegra matéria publicada pelo site Ibahia:
“A eliminação do Bahia da Copa do Nordeste coincidiu com a primeira crise política da gestão do presidente Fernando Schmidt, que assumiu o clube em setembro de 2013. Ontem, o coordenador das divisões de base Carlos Anunciação, o Carlão, foi demitido.
O profissional, contratado ainda na gestão do ex-presidente Marcelo Guimarães Filho, tinha oito meses no Bahia, mas assinou um contrato de cinco anos com o tricolor.
Informações de funcionários do clube apontam que Carlão estava sendo fritado há algum tempo por não ter sido colocado no cargo pela atual gestão e que a base fora sucateada para provocar insucesso nas competições.
O estopim foi uma entrevista de Carlão no programa local Os Donos da Bola, da TV Bandeirantes, durante a semana, em que o coordenador não soube dizer o paradeiro de um dos atletas da base, o atacante Paulo Henrique.
Mais tarde, o Bahia informou que o jovem está na Áustria fazendo testes no Red Bull, como parte de um programa de intercâmbio. O clube, inclusive, está próximo de acertar uma parceria com a empresa Sporteo, que trabalha com jovens na Áustria, Alemanha e Suíça.
RESIGNAÇÃO
Além do problema na base, na noite da última quinta, em entrevista ao site ecbahia.com, o diretor administrativo-financeiro Reub Celestino contou que não estava satisfeito com questões internas do clube e que precisava aceitar várias decisões com resignação.
O tom melancólico do dirigente causou um desabafo do vice-presidente do Conselho Deliberativo Jorge Maia, responsável pela ação que culminou com a saída de Marcelo Guimarães Filho do Bahia.
As palavras de Maia, expostas no Facebook, foram direcionadas ao presidente Fernando Schmidt. Dê um murro na mesa e tome o comando do clube, senão em pouco tempo, menos do que imaginávamos, toda luta de 20 anos será jogada por terra, por interesses que ainda não sabemos direito quais, escreveu.
Em entrevista ao CORREIO, Maia disse que as divergências públicas o desagradam e ele resolveu dar um conselho ao presidente, a quem considera um amigo. Não gostaria que Reub saísse. Ele é importante, participou de todo o processo, e gostaria que estivesse junto até o final do ano, avaliou.
Nos bastidores, comenta-se que o excesso de gastos fora do planejamento de cortes estabelecido tem incomodado Reub Celestino. Ontem pela manhã, em reunião executiva, o diretor acertou sua permanência no Bahia. Ao menos por enquanto”.
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