A última vez que o Tricolor enfrentou o adversário desta sexta-feira foi justamente na rodada inaugural da Série B do ano passado. Confira a notícia que publicamos naquele 24 de abril, às 17h55min, intitulada Bahia começa caminhada tropeçando, quando até o Anãozinho da Fiel – numa cena engraçadíssima – invadiu o campo para reclamar com o técnico Vadão:
“Ridícula. Assim foi a primeira participação tricolor na Segundona 2004. Neste sábado à tarde, os quase 13 mil fiéis e sofridos torcedores presentes à Fonte Nova viram um jogo agoniante e de péssima qualidade técnica. Perdendo por 2 a 0 no 1º tempo, o Esquadrão apenas conseguiu empatar com o modestíssimo São Raimundo aos 41 minutos da etapa final.
E para coroar a decepcionante estréia da equipe, só mesmo através de um gol contra é que veio o tento salvador. Como não poderia deixar de ser, a galera nas arquibancadas ficou irada, revoltou-se contra o presidente Marcelo Guimarães, pediu time, raça e vaiou bastante ao término da partida.
Vale dizer que todo esse sofrimento ocorreu após a apresentação oficial do recém-contratado Robert e de uma homenagem do clube ao ex-ídolo Beijoca, que acabara de completar 50 anos. Mal sabiam eles o que estava por vir…
O primeiro tempo foi horrível, com um Tricolor apático em campo, sem criar jogadas ofensivas. Além disso, suas falhas na defesa permitiram que o visitante marcasse dois gols nas únicas duas vezes em que chegou ao ataque.
Aos 26 minutos, o Tufão da Colina abriu o placar com Ediglê, que aproveitou escanteio cobrado da esquerda e mandou de peixinho (!!!) para o fundo das redes. A zaga do Bahia nem do chão saiu.
Mas o pesadelo piorou. Pouco depois, aos 39, os amazonenses aumentaram, quando Delmo entrou na área e passou facilmente por Valdomiro, que ao tentar tirar de carrinho, terminou entregando a bola nos pés do adversário. André Ricardo agradeceu e, livre na pequena área, ampliou a vantagem.
Na volta dos vestiários, o técnico Oswaldo Alvarez tentou consertar seu retrancado esquema tático, trocando os abaixo da crítica Neném e Valdomiro por William e Ari, que atuaria improvisado na lateral-direita.
Menos pior no gramado, o Esquadrão de Aço foi desordenadamente para cima do São Raimundo. E o abafa deu resultado. Logo aos 6 minutos, William recebeu um belo passe de Robson e cruzou na medida para Marcão, de frente para a meta, diminuir. Foi o primeiro gol dele com a camisa do clube.
Embalado pelo apoio da massa, o time permaneceu pressionando: aos 9, Marcão cabeceou bola na trave. Só que o jogo passava e nada de gol. Para complicar, o Bahia novamente caiu de rendimento.
Contudo, o primeiro ponto tricolor na Série B foi garantido no apagar das luzes. Da direita, Ernane mandou bola na área, que passou por todo mundo, inclusive pelo goleiro, porém acabou batendo nas mãos de um jogador da equipe de Manaus e entrou, com o fraquíssimo árbitro alagoano assinalando o tento para o atacante Neto.
Não, não estamos falando do zagueiro-volante, e sim do jovem atleta que há poucos dias subiu ao elenco de profissionais e, minutos antes, substituiu ao sempre cansado meio-campista Galeano.
O próximo compromisso do Bahia está marcado para sexta-feira, 30 de abril, no Canindé. Lá, na capital paulisa, enfrentará a Portuguesa. E precisa vencer para se reabilitar na competição e manter sua torcida esperançosa”.
FICHA TÉCNICA
24/04, 16h00
Local – Fonte Nova, Salvador-BA
Bahia – Márcio, Neném (Ari), Leonardo, Valdomiro (William) e Bruno; Neto, Henrique, Galeano (Neto Potiguar) e Ernane; Robson e Marcão. Técnico: Oswaldo Alvarez
São Raimundo – Flávio Mendes, André Ricardo, Paulão, Ediglê e Pezão; Caco, Doriva, Reginaldo e Sabino; Zé Rebite (Alberto) e Delmo (Luica). Técnico: Paulo Galvão
Gols – Ediglê (25 do 1º tempo), André Ricardo (38 do 1º), Marcão (6 do 2º) e Neto Potiguar (41 do 2º)
Árbitro – Jorge Luís da Silva (AL)
Cartões amarelos – Ernane, Galeano, Robson, Ari, Henrique e Marcão (Bahia); André Ricardo (São Raimundo)
Renda – R$ 93.010,00
Público – 12.989 pagantes
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